Os líderes da América Latina defenderam o multilateralismo e reprovaram às grandes potências por sua reticência a compartilhar o poder com as nações emergentes em seus discurssos durante a Assembleia Geral da ONU, em Nova York.
O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Celso Amorim, destacou que as grandes potências ainda são reticentes a compartilhar o poder “quando se trata de assuntos de guerra e paz” e advogou por acelerar o processo de reformas nas instituições mundiais porque “o mundo mudou”.
“Não é possível continuar com métodos de trabalho pouco transparentes, que permitem aos membros permanentes discutirem, a portas fechadas e pelo tempo que desejarem, assuntos que interessam a toda a humanidade.”, ressaltou.
Já o chanceler equatoriano, Ricardo Patino disse que instituições como a ONU não representam mais os países em desenvolvimento e que o poder de veto aos países mais ricos é inadmissível e “uma ofensa ao multilateralismo”.
O ceticismo em relação ao papel da ONU se refletiu também em significativas ausências de muitos presidentes latino-americanos, entre eles o de Equador, Cuba, Nicarágua, México e Venezuela, além de Lula.
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O presidente da Bolívia, Evo Morales, que assiste aos debates, disse à imprensa que este deve ser “o milênio dos povos e não dos impérios” e advogou por liquidar o FMI (Fundo Monetário Internacional): “Necessitamos de instituições financeiras, mas não chantagistas”.
Diante das críticas em relação a inoperância da ONU expressada por muitos países em desenvolvimento, o secretário-geral, Ban Ki-moon, se defendeu dizendo que o organismo multilateral é “indispensável” para enfrentar os problemas atuais.
“O mundo espera da ONU liderança moral e política”, disse Ban.
A Assembleia Geral da ONU debaterá com a presença de líderes de todo o mundo os assuntos mais importantes da atualidade internacional e será palco de inúmeras reuniões paralelas até 30 de setembro.
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