Atualizada às 11h20
Poucas horas após a morte de Boris Nemtsov – ex-vice-premiê da Rússia e líder da oposição a Vladimir Putin – importantes figuras internacionais comentaram e condenaram o episódio publicamente neste sábado (28/02).
Um dos primeiros foi o presidente da Ucrânia, Petro Poroshenko, que mantém relação tensa com o chefe do Kremlin, em virtude do conflito entre as forças armadas de Kiev e as tropas de militantes pró-Moscou.
EFE
Foto datada de março de 2012 de Nemtsov:na ocasião, ele criticava contra os projetos do primeiro ano de governo de Putin
“É um choque. Boris morreu. É difícil de acreditar. Tenho certeza que os assassinos serão punidos. Cedo ou tarde”, tuítou o ucraniano, que acrescentou estar consternado após tomar conhecimento do assassinato.
Do outro lado do planeta, o chefe de Estado norte-americano, Barack Obama, exigiu que o governo russo efetue uma “investigação rápida, imparcial e transparente sobre as circunstâncias do crime”.
“Era um defensor incansável dos direitos de todos os cidadãos russos. Sempre admirei sua valente dedicação para lutar contra a corrupção na Rússia e sua disposição a compartilhar seus pontos de vista quando nos encontramos em Moscou em 2009″, elogiou Obama.
Shock. Borys was murdered. It is hard to believe. I have no doubt that murderers will be brought to justice. Sooner or later. Rest in peace.
— Петро Порошенко (@poroshenko) 27 fevereiro 2015
Entre os líderes europeus, as reações foram semelhantes. Para a chanceler alemã, Angela Merkel, Putin deve “garantir” e “facilitar” uma investigação independente e com consequências legais sobre os responsáveis pelo assassinato de Nemtsov.
Já o primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, qualificou como “cruel” a morte do líder opositor russo, que foi alvo de tiros pelas costas. Cameron também disse se sentir “comovido” e descreveu Nemtsov como um homem de “coragem e convicção muito admirado no Reino Unido”.
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Na França, o presidente François Hollande chamou o episódio de “odioso assassinato”. “Boris Nemtsov era um defensor valente e incansável da democracia e um combatente contra a corrupção”, disse em comunicado divulgado pelo Palácio do Eliseu.
Segundo a alta representante de Política Externa da União Europeia, Federica Mogherini,o bloco exige uma “investigação transparente” sobre o assassinato e ressaltou que Nemtsov “lutava por uma Rússia moderna, próspera e democrática, aberta ao mundo”.
Outro lado
Em meio às críticas e acusações, Putin reagiu e disse que o crime “tem toda a pinta de ser um assassinato por encomenda, de caráter extremamente provocador”. Ele também assumiu pessoalmente o controle sobre a investigação, informou o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov.
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Nemtsov à esquerda e Putin à direita: foto datada de julho de 2000 mostra encontro formal entre as duas figuras políticas
Para o último presidente da União Soviética, Mikhail Gorbachev, a morte do líder opositor é uma tentativa de desestabilizar a situação na Rússia.
“É uma tentativa de complicar a situação, talvez inclusive de desestabilizar a situação no país, de agravar o confronto”, disse Gorbachev, acrescentando que é cedo demais para tirar conclusões precipitadas sobre os autores do crime.
“O crime afeta a todos. Boris tinha, claro, suas peculiaridades, mas era uma pessoa de verdade. Eu estou muito afetado”, completou Gorbachev.
Já o primeiro-ministro russo, Dmitri Medvedev, afirmou neste sábado que está “comovido pelo cruel e cínico assassinato”, em mensagem de condolências à família e amigos do dirigente opositor liberal divulgada no site do governo.
“E até seu último dia, foi de um caráter brilhante, um homem de princípios. Atuava abertamente, de maneira consequente e nunca traiu seu ideias. Assim ficará em nossa memória”, acrescentou na mensagem de pêsame.
Nesta manhã, centenas de russos foram ao local onde Nemtsov foi morto e depositaram flores. Para outros representantes da oposição russa, o assassinato tem “caráter político”.
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Na capital russa, moscovitas lamentam assassinato; funeral de Nemtsov está previsto para acontecer na próxima terça-feira