A crescente tensão entre os apoiadores do presidente de Madagascar, Andry Rajoelina, e do ex-presidente Marc Ravalomanana, deposto no último dia 17 após meses de pressão de opositores, fez com que Rajoelina aceitasse a idéia de negociar com os partidários do antecessor uma saída para a crise.
O governo anunciou a realização de um fórum político nacional em 2 e 3 de abril na capital Antanarivo, após uma reunião realizada ontem (25) entre Rajoelina e o enviado especial da União Africana a Madagascar, Ablasse Ouedraogo.
A UA condenou Rajoelina após a deposição de Ravalomanana e anunciou que irá impor sanções ao país se não se chegar a um consenso ou se ocorrerem eleições antes de seis meses no país.
Rajoelina, que tomou posse no sábado (20), suspendeu o Parlamento e anunciou que governará com poderes especiais durante dois anos antes de realizar eleições.
Leia mais:
Queda do governo em Madagascar pode provocar guerra civil, diz especialista
Após golpe, população de Madagascar fica sem acesso a informação
Embates
O temor de uma guerra civil cresce no país. Após a posse de Rajoelina, intensos embates entre os apoiadores dos dois políticos acontecem todos os dias na capital Antanarivo, como conta o repórter fotográfico Jahaziela Ramanitra. “Os manifestantes atiram pedras e objetos uns contra os outros e a polícia tem dificuldade em detê-los. Usam bombas de gás lacrimogêneo e muitas pessoas saem feridas”. O número de feridos não foi divulgado.
Imagem de ontem (25) retirada do flickr de Ramanitra
“Aqueles que desejam a volta de Ravalomanana não aceitarão Rajoelina tão facilmente. Ele não é tão popular como pensa”, afirma Ramanitra.
Em sua primeira manifestação após a saída do governo, Marc Ravalomanana afirmou que o país caminhava para um futuro de progresso. “Madagascar estava no caminho do desenvolvimento e agora eles estão destruindo o país com esse golpe”.
O ex-presidente está atualmente na Suazilândia, participando de uma comissão da UA que avalia a situação em Madagascar.
NULL
NULL
NULL