Madri é conhecida pelo povo receptivo, pelo clima agradável e pela cultura que corre por quase todas as ruas. Mas isso pode não ser suficiente para conquistar um lugar como cidade-sede das Olimpíadas em 2016.
Apesar de contar com 93% de apoio da população (o maior índice de aprovação entre as candidatas), ter 77% das instalações construídas ou em fase de acabamento e ter abrigado mais de 100 eventos esportivos nos últimos dez anos, Madri, juntamente a Tóquio, está entre as cidades menos prováveis para sediar o maior evento esportivo do mundo.
Juan Carlos Hidalgo/EFE(27/09/2009)
Espanhola em ato de apoio à candidatura de Madri
Um dos fatores que podem atrapalhar a concretização do sonho espanhol é que quatro anos antes, em 2012, o evento terá por sede Londres, e a última vez que a competição repetiu um continente foi há mais de 50 anos – esse aspecto continental também favorece o Rio de Janeiro, afinal nunca os Jogos Olímpicos foram realizados na América do Sul.
Outro alvo de críticas foi o relatório apresentado para a candidatura da capital espanhola. O documento mostrou o menor investimento entre as cidades candidatas e atribuiu ao COI (Comitê Olímpico Internacional) a maior participação financeira do órgão (38% da verba).
O espanhol Daniel Alvarez diz torcer pela cidade, mas não se mostra tão animado com a perspectiva. “Se Madri perder, não vai ser o fim do mundo, têm coisas mais importantes”, diz. “Aqui falam que Madri tem mais chances de ganhar, assim como devem falar o mesmo no Brasil e nos Estados Unidos”, conclui Alvarez.
Torcida em Copenhage
A aposta no bom desempenho de Madri na disputa é grande. Nesta sexta-feira (2), quando acontece a cerimônia para escolha da sede das Olimpíadas 2016, em Copenhague, estarão presentes o rei Juan Carlos, o primeiro-ministro, José Luis Zapatero, e Juan Carlos Saramanch, filho do último presidente do COI.
A cidade espanhola está escalada para fazer a última apresentação entre as candidatas. Depois de ter recebido críticas em seu relatório, a comissão madrilenha contratou uma agência especializada e trabalhou pela cartada final.
Na semana passada, o vice-presidente do comitê espanhol, José Maria Odriozola, tentou desqualificar a candidatura do Rio de Janeiro, dizendo que é a pior das quatro cidades e está fazendo uma campanha baseada “no sentimentalismo e no marketing”. Odriozola ainda apontou a violência como motivo de desconfiança para a escolha do COI.
O prefeito da cidade, Ruiz-Gallardón, mostrou-se “absolutamente convencido” de que Madri será a escolhida “não porque as demais – Chicago, Rio de Janeiro e Tóquio – sejam ruins, porque são maravilhosas, mas porque conseguimos ser os melhores”.
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