O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, disse nesta segunda-feira
(06/08) que os suspeitos de terem executado o atentado contra ele no último
sábado foram treinados na cidade de Chinácota, no Estado de Norte de Santander,
na Colômbia, sob supervisão de colombianos.
“É clara e há provas suficientes da participação do governo de
Juan Manuel Santos, que termina mandato na Colômbia. Temos a localização, os
nomes, em Chinácota, em Norte de Santander, [os suspeitos] eram treinados com
treinadores colombianos, os assassinos, os terroristas”, disse Maduro.
O presidente lembrou que os acusados de serem autores
materiais do atentado, que deixou sete funcionários da segurança feridos, estão
detidos. O governo, disse, procura os autores intelectuais do ataque.
No último domingo (05/08), o ministro de Interior, Justiça e
Paz, Néstor Reverol, disse que seis pessoas foram presas por estarem
supostamente envolvidas no caso: uma das pessoas tinha uma ordem de captura
vigente por suposta vinculação ao ataque ao Forte Paramacay, em 2017, e outro acusado
já esteve preso por participar de guarimbas
em 2014.
O atentado deste sábado, afirmou o ministro, foi realizado
com dois drones DJI-M600, desenhados para suportar grandes cargas e peso. Os
aviões não tripulados continham carga explosiva, com aproximadamente 1kg de
explosivo C4 em cada um. “A carga é capaz de causar dano efetivo em um raio de
aproximadamente 50 metros”, disse Reverol.
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Maduro disse que executores de atentado foram treinados na Colômbia (Prensa Presidencial)
“Uma das aeronaves sobrevoou a tribuna presidencial com o objetivo de ativar à distância a substância explosiva. Mas, graças às técnicas especiais da guarda presidencial e à instalação de equipamentos inibidores de sinais, conseguiu-se desorientar o drone, que se ativou fora do perímetro planejado pelos sicários e terroristas”, disse o ministro.
Como foi o atentado
Maduro não se feriu no ataque. No momento do atentado, o presidente discursava em um palco na avenida Bolívar, centro de Caracas, durante as comemorações do 81º aniversário da Guarda Nacional Bolivariana. No entanto, ao menos sete funcionários do governo ficaram feridos.
Em pronunciamento horas após o atentado, Maduro já havia acusado a Colômbia de estar por trás do ataque e disse que o responsável é presidente do país, Juan Manuel Santos. “Não tenho dúvida que tudo aponta para a ultradireita venezuelana em aliança contra a ultradireita colombiana, e que o nome de Juan Manuel Santos está por trás deste atentado”, disse.
Segundo Maduro, os “responsáveis intelectuais financistas” do ataque residem na Flórida. O mandatário venezuelano e exortou o presidente norte-americano Donald Trump para que “combata os grupos terroristas que pretendem cometer magnicídio ou atentados contra países pacíficos, como a Venezuela”.
Em nota emitida no sábado, o governo da Colômbia, ainda sob a liderança de Santos – ele entrega o cargo nesta terça (07/08) ao presidente eleito Iván Duque – negou qualquer envolvimento com o ato. Em entrevista à emissora Fox News, o assessor de Segurança Nacional da Casa Branca, John Bolton, disse que não há participação dos EUA no caso.