O governo da Malásia confirmou nesta quinta-feira (16/02) que o Kim Jong-nam, irmão mais velho do líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, morreu nesta segunda-feira (13/02) no Aeroporto Internacional de Kuala Lumpur. A identidade de Kim Jong-nam foi confirmada após um teste de impressões digitais realizado pela Coreia do Sul a pedido do governo malaio, que declarou que entregará os restos mortais às autoridades norte-coreanas.
Segundo a emissora japonesa NHK, o governo malaio solicitou nesta terça-feira (14/02) à Coreia do Sul um teste para comparar as impressões digitais do falecido, até então não identificado, com as informações de Kim Jong-nam guardadas pelo governo sul-coreano. Após detectar uma coincidência entre as impressões, a identidade do irmão mais velho de King Jong-un foi confirmada pelas autoridades.
As forças de segurança da Malásia prenderam na quarta-feira (15/02) uma mulher com passaporte vietnamita no mesmo terminal do aeroporto onde Kim Jong-nam passou mal pouco antes de morrer. Sua imagem foi registrada pelas câmeras de segurança do aeroporto de Kuala Lumpur. A polícia também confirmou a prisão de uma mulher indonésia, cuja identidade foi confirmada por Jacarta. A embaixada do país na Malásia pediu ao governo acesso à suspeita, identificada como Siti Aishah, de 25 anos, para lhe “fornecer assistência com o objetivo de assegurar seus direitos legais”. O namorado de Aishah também foi detido pelas autoridades para “contribuir com as investigações”.
De acordo com as autoridades da Malásia, Kim Jong-nam – nascido em 1970, em Pyongyang – viajou de Macau à Malásia no dia 6 de fevereiro e voltaria para antiga colônia portuguesa no dia 13, com documentos de viagem que lhe identificavam como Kim Chol. O irmão mais velho de King Jong-un faleceu na última segunda-feira enquanto era levado a um hospital de Putrajaya, a capital administrativa do país, após supostamente ter sido atacado por duas mulheres que o envenenaram com um produto químico. Antes de embarcar, duas mulheres asiáticas, segundo as gravações do circuito de câmeras do aeroporto de Kuala Lumpur, o envenenaram.
Agência Efe
Fotografia de arquivo de Kim Jong-Nam, irmão mais velho do líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, morto nesta segunda-feira
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O vice-primeiro-ministro da Malásia, Zahid Hamidi, disse que o incidente não afetará às relações bilaterais e qualificou de “especulação” os rumores de que o governo norte-coreano estivesse por trás do suposto assassinato.
Kim Jong-nam chegou a ser considerado como o melhor posicionado para substituir seu pai à frente do governo norte-coreano, mas perdeu definitivamente a preferência do pai quando em 2001 foi detido em um aeroporto de Tóquio com um passaporte dominicano falso que pretendia usar para entrar no Japão. Desde então, acredita-se que ele residia entre Hong Kong, Macau e Pequim sem ocupar nenhum cargo oficial.
Fruto do casamento entre o ditador e a primeira esposa, a atriz Song Hye-rim, Kim Jong-nam atraiu a atenção nos últimos anos com suas críticas contra as políticas do governo norte-coreano e seu sistema de sucessão, expressadas através de sua correspondência com um jornalista japonês, afirmaram meios de comunicação do Japão.
(*) Com Agência Efe