A Procuradoria Geral da Malásia declarou nesta terça-feira (26/01) que o primeiro-ministro do país, Najib Razak, é inocente das acusações de corrupção em um escândalo financeiro que supostamente envolvia um fundo estatal.
O procurador geral malaio, Mohamed Apandi Ali, afirmou que os 681 milhões de dólares (cerca de 2,8 bilhões de reais) transferidos para a conta pessoal do primeiro-ministro entre março e abril de 2013 foram um presente da família real da Arábia Saudita. “Estou satisfeito com a conclusão de que os fundos [na conta pessoal de Razak] não são uma forma de desvio [de dinheiro público] ou de suborno”, declarou.
Críticos do primeiro-ministro malaio sustentavam que o dinheiro tinha sido desviado do fundo estatal 1MDB, cujo conselho é presidido por Razak.
Agência Efe
Najib Razak após sessão parlamentar nesta terça-feira em Kuala Lumpur, capital da Malásia
Segundo um comunicado da Procuradoria Geral, 620 milhões de dólares não foram utilizados e foram devolvidos. “Não nos foi dada a razão pela qual a doação foi feita ao primeiro-ministro – isso é entre ele e a família real saudita”, disse Apandi.
Líderes do UMNO, partido de Razak que está no poder desde 1957, afirmam que o dinheiro foi usado para financiar atividades de campanha antes das eleições de maio de 2013, quando o primeiro-ministro foi reeleito.
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A comissão anticorrupção da Malásia havia declarado em agosto que os fundos eram uma doação política de um benfeitor não-identificado do Oriente Médio. O procurador geral afirmou que instruiria a comissão a encerrar esta e outras duas investigações sobre o caso e que nenhuma ação será tomada contra Razak.
Em julho do ano passado, o primeiro-ministro demitiu o então procurador geral, que liderava as investigações sobre o escândalo, assim como vários oficiais do governo críticos ao premiê. Razak tem sido instado a renunciar pela oposição e por críticos a seu governo devido ao escândalo. Ele nega qualquer atividade ilícita.
Tony Pua, parlamentar opositor a Razak, disse ao jornal britânico The Guardian que “a base para absolver o primeiro-ministro não tem mérito porque a ‘questão pessoal’ não exclui motivos ou transações corruptas”. “O procurador geral não forneceu nenhuma informação nova ou convincente, o que nos leva a questionar se o novo procurador está apenas cobrindo para o primeiro-ministro.”