Um grupo de manifestantes derrubou a estátua do navegador genovês Cristóvão Colombo na cidade de Barranquilla nesta terça-feira (28/06). A ação foi filmada e repercutida pelos jornais locais.
Segundo o jornal El Espectador, no local, os manifestantes escreveram palavras de ordem contra o governo de Iván Duque e a favor da greve geral que está há dois meses mobilizando o país. A estátua ficava em frente a Igreja Nossa Senhora do Carmo.
Os manifestantes protestaram no entorno do monumento, entoando “Colombo assassino” e escrevendo “pelo nossos mortos”, aludindo ao número de vítimas após as repressões policiais em diversas manifestações na Colômbia. Ainda de acordo com o periódico, após derrubarem a estátua, o monumento foi arrastado pelas ruas da cidade, acompanhando a marcha dos manifestantes.
A navegação de Colombo acarretou no descobrimento pelos europeus do continente Americano, permitindo, então, sua subsequente colonização e exploração pela Europa.
O prefeito da cidade, Jaime Pumarejo, repudiou a ação e disse que ela foi um ato de violência que “só gera mais violência”. “Convido vocês a acabar com o ódio e construir um país melhor”, disse.
Em maio, o grupo indígena Misak derrubou a estátua do colonizador espanhol Gonzalo Jiménez de Quesada que ficava no centro de Bogotá, capital colombiana.
O episódio não foi a primeira vez que indígenas do povo Misak derrubam um monumento da memória da colonização no país desde o início da greve. Em abril, o movimento derrubou a estátua do colonizador espanhol Sebastián de Belalcázar na cidade de Cali.
Em setembro de 2020, uma outra estátua de Belalcázar havia sido derrubada em Popayán, no departamento de Cauca.
Protestos
Após dois meses de protestos e mobilizações no contexto da greve nacional na Colômbia, milhares de cidadãos se mobilizem nas principais cidades do país nesta segunda.
Os manifestantes exigem justiça pelos mais de 70 assassinados, centenas de desaparecidos, milhares de feridos e dezenas de lesões oculares causadas pela polícia e pelo Esquadrão Móvel Antidistúrbios (Esmad). De acordo com o balanço das organizações de direitos humanos, a repressão deixou mais de 80 feridos.
Apesar dos números fornecidos por grupos como a ONG Tremors e o Instituto de Estudos para o Desenvolvimento e a Paz (Indepaz), os representantes da Comissão Nacional de Greve asseguram que obtiveram resultados importantes.
Entre elas, destacam-se que as mobilizações e protestos conseguiram posicionar a necessidade de avançar em uma reforma estrutural na Polícia Nacional, conquistou a suspensão de duas reformas, provocou o pedido de renúncia de dois ministros e muita repercussão internacional.
Em meio aos diálogos com o governo, a Comissão Nacional de Paralisação pediu a assinatura de um acordo preliminar para garantir o direito de protesto. No entanto, o governo colombiano ignorou o acordo preliminar sobre garantias mínimas para protestos sociais pacíficos.
Os representantes da Comissão anunciaram um novo plano que prevê a elaboração de projetos de lei sobre que serão entregues ao Congresso no dia 20 de julho.
(*) Com Brasil 247.