Os candidatos nas eleições gerais que acontecem nesta quinta-feira (08/06) no Reino Unido passaram o último dia de campanha em uma maratona em busca dos votos dos britânicos para o pleito que decidirá o futuro da Brexit e do combate ao terrorismo na região, principais temas desta temporada eleitoral.
Theresa May, primeira-ministra do Reino Unido e líder do Partido Conservador, retomou a saída britânica da União Europeia, razão pela qual convocou eleições há 50 dias. Durante um comício em Norwich, no leste da Inglaterra, ela prometeu “reacender” o espírito britânico através de um bom acordo para a Brexit, caso seja reeleita.
May insistiu que é a melhor candidata para conseguir um bom acordo com UE. “Quero que a 'Brexit' seja um sucesso”, disse a premiê, em uma tentativa de voltar as atenções da campanha às negociações com o bloco europeu após vários dias marcados pelo debate sobre segurança – e críticas da oposição a seu histórico nessa questão – devido aos recentes atentados terroristas na Inglaterra.
Ela voltou a dizer que há o risco de “caos” no Reino Unido caso o Partido Trabalhista de Jeremy Corbyn, que reafirmou sua mensagem de justiça social e proteção dos serviços públicos, vença as eleições.
Agência Efe
Jeremy Corbyn, líder trabalhista: 'Podemos superar os cínicos e dar os serviços públicos os fundos de que precisam'
“Trata-se de escolher quem inspira mais confiança nas pessoas para ter uma liderança forte e estável com o objetivo de obter o melhor acordo para o Reino Unido na Europa, e quem tem a vontade e, essencialmente, o plano, para uma 'Brexit' bem-sucedida”, declarou a premiê.
Em seu último ato de campanha, em Islington, ao norte de Londres, Corbyn afirmou que a desigualdade “pode ser e será combatida” e que a austeridade pode ser superada. “Podemos superar os cínicos e dar os serviços públicos os fundos de que precisam”, disse o líder trabalhista.
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Ele afirmou que a escolha pela reeleição dos conservadores significa um governo que irá dar continuidade à austeridade e à isenção fiscal e aos benefícios aos mais ricos. “Um governo trabalhista fará tudo de maneira bem diferente”, disse Corbyn, reiterando a promessa de campanha de que os 5% mais ricos do Reino Unido terão que pagar mais impostos.
“Votar nos trabalhistas amanhã é votar por um olhar sobre as coisas desde outra perpectiva. Pelos interesses de todas as pessoas, não de algumas poucas”, declarou para os aplausos de seus apoiadores na região que ele representa no Parlamento britânico desde 1983.
O SNP (Partido Nacionalista Escocês) de Nicola Sturgeon, premiê da Escócia, pediu hoje o voto para evitar “dar carta branca” aos conservadores de May, favoritos para ganhar as eleições, enquanto o Partido Liberal Democrata, do líder Tim Farron, apelou ao voto tático dos que apoiaram a permanência do Reino Unido na UE no referendo de 2016.
Agência Efe
Theresa May, líder conservadora: 'Trata-se de escolher quem inspira mais confiança nas pessoas para ter uma liderança forte e estável'
Cerca de 46,9 milhões de cidadãos estão aptos a votar no Reino Unido, onde o voto é facultativo. Corbyn, especialmente, precisa do comparecimento dos mais jovens às urnas, já que tem a preferência de 66% dos eleitores entre 18 e 24 anos, contra 23% de May, e 47% entre aqueles com idade entre 25 e 33 anos, contra 33% da atual premiê, segundo pesquisa do instituto ICM realizada entre ontem e hoje e divulgada essa noite pelo The Guardian.
No geral, o ICM indica que o Partido Trabalhista tem 34% contra 46% do Partido Conservador, além de 7% para os Liberais Democratas, 5% para o ultradireitista UKIP e 2% para o Partido Verde.
Contudo, outros levantamentos divulgados nos últimos dias mostram que a distância entre os dois grandes partidos é bastante pequena, próxima de um empate – como indica pesquisa divulgada no domingo pelo jornal Mail on Sunday, que deu 40% de intenções de voto para os conservadores e 39% para os trabalhistas.