Atualizada às 09h24
O estado de saúde do ex-primeiro-ministro israelense Ariel Sharon permaneceu inalterado nas últimas horas, mas a equipe médica que o atende se mostra “mais pessimista” do que nos últimos dias, disse neste domingo (05/01) o diretor do hospital onde Sharon está internado.
“Não posso dizer que me sinta otimista nesta manhã, e possivelmente esteja mais pessimista que antes”, explicou Ze'ev Rotstein, diretor do hospital Tel Hashomer, nos arredores de Tel Aviv.
No sábado (04/01), os médicos haviam informado que o estado de saúde do ex-primeiro-ministro não havia mudado nas últimas 24 horas. A situação de Ariel Sharon ainda é considerada crítica e ele apresenta falha gradual no funcionamento de seus órgãos.
A condição de saúde do ex-primeiro-ministro israelense deteriorou-se gravemente desde quarta-feira (01/01). O hospital informou na quinta-feira (02/01) que o ex-general e líder da direita do país estava em condição crítica e sofria de falência múltipla de órgãos.
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“Nos últimos dois dias, acompanhamos uma degradação de vários órgãos vitais de Ariel Sharon, que são fundamentais para sua vida”, já havia declarado Zeev Rotstein na porta do hospital ontem, segundo a agência France Presse.
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Em coma há quase oito anos, Sharon, de 85 anos, se encontra hospitalizado no centro Shiva, do hospital Tel Hashomer e sofre de “graves problemas renais” depois de uma intervenção cirúrgica.
Agência Efe
O ex-premiê israelense Ariel Sharon, em foto tirada em novembro de 2005, pouco antes de entrar em coma
Ele sofreu um derrame em 4 de janeiro de 2006, quando ainda era premiê, e desde então nunca mais se recuperou. Se mantém em coma por decisão de seus filhos, que decidiram mantê-lo vivo através de aparelhos. Sharon nunca manifestou nenhum sinal de voltar a si.
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Na ocasião, era apontado como franco favorito para uma fácil reeleição nas próximas disputas parlamentares, quando sofreu o derrame e se afastou do cargo. Ele foi substituído por seu vice, Ehud Olmert, que foi eleito premiê poucos meses depois.
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Autoridades presentes no hospital de Tel Aviv onde Sharon, de 85 anos, está internado, não atenderam seus telefones. Uma porta-voz do Ministério da Saúde se recusou a comentar a notícia.
Segundo o site Ynet, que cita fontes médicas, Sharon foi levado ao serviço de emergência há um mês. Posteriormente, seu estado ficou estável, mas, alguns dias depois, sua saúde voltou a se deteriorar.
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O site do jornal Ha'aretz, citando uma fonte não identificada, disse que Sharon pode morrer “em questão de dias” se o seu estado de saúde continuar piorando.
Um dos personagens mais controversos da história de Israel, era conhecido por suas ações militares violentas, como em sua participação no massacre dos campos de refugiados de Sabra e Chatila, no Líbano, além de não obedecer ordens superiores. Também é considerado um dos principais estrategistas militares do país, tendo participado da guerra de independência (1948) e da invasão à Península do Sinai na Guerra dos Seis Dias (1967), além de outras vitórias em batalhas na guerra de Yon Kippur (1973). Acabou eleito primeiro-ministro em 2001 e reeleito em 2003.
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Uma das maiores vozes favoráveis à colonização israelense em territórios palestinos, surpreendeu a todos quando, em 2005, organizou a retirada unilateral israelense da Faixa de Gaza, chegando a desmantelar as colônias que lá estavam instaladas, e deixou o Likud, partido de direita o qual ajudou a fundar, para se juntar a alguns setores de centro e fundar o Kadima.
(*) com agências de notícias internacionais