Efe
Pimentel e Patriota tentam convencer México a aceitar limite de exportações em novo acordo automotivo
O governo do México propôs uma suspensão temporária do acordo de isenção de tarifas na venda de automóveis que mantém com o Brasil desde 2001, enquanto os dois países negociam os termos de um novo tratado bilateral. A proposta foi confirmada nesta quinta-feira (15/03) pelo ministro da Economia mexicano, Bruno Ferrari, que disse esperar a resposta das autoridades brasileiras.
Ontem, Ferrari e a chanceler mexicana, Patrícia Espinosa, se reuniram com o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, e com o ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel, em mais uma rodada das negociações iniciadas há cerca de um mês. Segundo Ferrari, o México continua defendendo a manutenção do ACE 55, acordo que também inclui os demais países do Mercosul, nos termos que foram negociados há muito tempo e “que têm que servir para os dois países, não apenas para um”.
Pimentel, por outro lado, deixou o México otimista. O ministro brasileiro disse nesta quinta, durante a inauguração de uma fábrica de vidros planos em Goiana, que o novo tratado estabelecerá limites, que ele chamou de“cotas móveis”, para manter o equilíbrio nas vendas entre os dois países.
Antonio Patriota continua no país para convencer os mexicanos a aceitarem a última proposta do governo brasileiro, enviada no último dia 8, para que o México limite as exportações de veículos para o Brasil à cota de US$ 1,4 bilhão (aproximadamente R$ 2,5 bilhões) pelos próximos três anos.
O limite foi fixado com base no valor médio das exportações de carros mexicanos para o Brasil nos últimos três anos, que cresceram bastante e contribuíram para o déficit brasileiro de 1,7 bilhão de dólares no comércio com o México no ano passado.
O crescimento acentuado das exportações de veículos mexicanos levantou suspeitas do governo brasileiro de que montadoras dos Estados Unidos, da China e da Europa estariam usando aquele país como plataforma de vendas para o Brasil, se livrando da taxação de 35% imposta aos automóveis fabricados fora do Mercosul e do México.
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