*Atualizada às 9h48.
Efe
Pimentel e Patriota foram ao México para driblar resistência à mudança do acordo de livre-comércio
Os governos de Brasil e México chegaram a um consenso na noite desta quinta-feira (15/03) sobre os termos de um novo acordo automotivo entre os dois países. Os mexicanos aceitaram a proposta brasileira de impor um limite anual às exportações de veículos isentos de tarifas alfandegárias.
Pelo novo acordo, haverá um regime temporário de três anos, no qual o México terá isenção do imposto até o teto de 1,45 bilhão de dólares neste ano. Em 2013, o limite passará a 1,56 bilhão de dólares e, no ano seguinte, a 1,64 bilhão de dólares. Depois desse prazo, o comércio automotivo volta a ser livre.
Sobre o percentual de conteúdo nacional na fabricação dos veículos, foi definido que o México respeitará uma taxa entre 30% a 35% neste ano e, até 2016, deverá aplicar um nível de 40% – o que segundo os parâmetros brasileiros significa o uso de pelo menos 75% de peças fabricadas em solo nacional
Os dois países liberalizaram o comércio de veículos em 2003, mas o Brasil chegou a ameaçar romper o acordo devido a um aumento vertiginoso na importação de veículos mexicanos desde 2009, que desequilibrou a balança comercial. O governo brasileiro também reclamava do baixo percentual de nacionalização da indústria automotiva mexicana, que acabava servindo como entreposto para fabricantes dos Estados Unidos exportarem carros para o Brasil a taxa zero.
No ano passado, enquanto a importação de carros de passeio do México superou os 2 bilhões de dólares, as exportações brasileiras ficaram em apenas 54,7 milhões de dólares. Segundo números da Amia (Associação Mexicana da Indústria Automotiva), as exportações mexicanas de veículos ao Brasil cresceram de 28.283 unidades em 2007 para 147.535 em 2011, o que representou um aumento de 421% nos últimos cinco anos.
As negociações entre os dois países vinham sendo realizadas a mais de um mês. Na quarta-feira os ministros Fernando Pimentel (Desenvolvimento, Indústria e Comércio) e Antonio Patriota (Relações Exteriores) estiveram no México para acertar os últimos detalhes.
O acordo será anunciado oficialmente nesta sexta, mas as autoridades mexicanas já se manifestaram sobre o tema. Para o ministro da Economia, Bruno Ferrrari, “não houve nem vencedores nem vencidos”, no desfecho do impasse. Ele classificou o acordo como “muito positivo” e disse que se o comércio bilateral tivesse sido cancelado, as consequências teriam sido muito complicadas.
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