México, Venezuela e Guatemala são os países com o maior número de obesos na América Latina, de acordo com um estudo feito pela consultoria Euromonitor, divulgado ontem (29) em Santiago, Chile. As principais causas para o aumento do peso estão no consumo de refeições rápidas – contendo altos níveis de gordura saturada – e na urbanização, que estimula estilos de vida mais sedentários.
A lista, correspondente a 2009, é liderada por Kuwait e Estados Unidos. O México está em quinto lugar, a Venezuela, em sexto e a Guatemala, em décimo. No ano passado, 38,7% da população era considerada obesa nos EUA, frente a 31,8% no México, 29,6% na Venezuela e 27,5% na Guatemala. O cálculo é feito entre as pessoas com mais de 15 anos.
Segundo o estudo, apesar de a América Latina ainda registrar taxas de obesidade a níveis menores que a de países desenvolvidos, como os EUA, a diferença vem gradativamente diminuindo ao longo dos anos. Para 2020 a perspectiva aponta que os seis países com mais obesos serão latino-americanos: Venezuela, Guatemala, Uruguai, Costa Rica, República Dominicana e México.
Na região há também altos níveis de pessoas com sobrepeso, o que indica a tendência para o surgimento de mais obesos. O Chile é o país com mais pessoas com sobrepeso na América Latina e o segundo no mundo. Lá, 44,7% da população está acima do peso ideal.
O parâmetro usado para medir o sobrepeso e a obesidade é o IMC (Índice de Massa Corporal), onde o peso é dividido pela altura. A OMC (Organização Mundial de Saúde) define o sobrepeso com um IMC igual ou superior a 25 e a obesidade, igual ou superior a 30.
Vitamina “T”
Essa semana, o governo mexicano lançou uma campanha contra o consumo da chamada “vitamina T” (tacos, tortillas e tortas – alimentos típicos e altamente calóricos) entre crianças que, segundo as autoridades, são as mais obesas do mundo. O projeto custará 3,2 bilhões de dólares do orçamento, de acordo com informações do jornal mexicano El Universal.
EFE (25/01/2010)
Felipe Calderón cumprimenta crianças em escola na Cidade do México
“A obesidade e o sobrepeso são temas-chave na saúde mexicana”, apontou o presidente Felipe Calderón, ao anunciar o plano, que compromete o governo e as empresas privadas a lutar contra a obesidade.
O acordo foca, principalmente, as crianças, tendo como inspiração um plano elaborado pela França chamado Epode (na sigla em francês) e que fomenta entre as famílias a atividade física, a vigilância do peso e o consumo de água, frutas e verduras.
Causas
As taxas de obesidade aumentaram consideravelmente a partir de 1980, quando o consumo de comida rápida – ou o fast food, bastante difundido nos EUA – começou a se tornar popular na América Latina. O estudo prevê que o número de obesos continuará a aumentar frente aos hábitos alimentares atuais.
A comida rápida é frequentemente mais barata que a tradicional e por isso os setores mais pobres de cada país desenvolvem o costume de comê-la. O maior acesso a refeições com alto nível de gordura saturada e o aumento da urbanização, que supõe estilos de vida mais sedentários, contribuíram para aumentar as taxas, disse o relatório.
Cálculos da ONU publicados pela Agência Efe indicam que em 2005, havia em todo o mundo aproximadamente 1,6 bilhão de adultos (maiores de 15 anos) com sobrepeso e 400 milhões de obesos. Caso a tendência atual seja seguida, em 2015 haverá aproximadamente 2,3 bilhões de adultos com sobrepeso e mais de 700 milhões de obesos.
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