O ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, discursou nesta sábado (24/09) na 77ª Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU), falando que o país vai “combater firmemente” quaisquer interferências externas em Taiwan.
Wang disse que movimentos que buscam “obstruir” a reunificação da China com a ilha “será esmagado pelas rodas da história”, apontando que o país tomará as medidas para evitar ingerências.
“Devemos combater firmemente as atividades separatistas de independência de Taiwan e dar passos mais enérgicos para nos opormos à interferência externa”, disse.
À margem da Assembleia Geral anual da ONU, Wang se encontrou na sexta-feira (23/09) com o Secretário de estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, tendo como pauta a questão de Taiwan.
Este foi o primeiro encontro entre as autoridade após mostrarem disposição de retomar o diálogo em julho. Após um mês desse episódio, a presidente do Congresso dos EUA, a democrata Nancy Pelosi, viajou para Taiwan, provocando Pequim e renovando as tensões os países.
“A questão de Taiwan está se tornando o ponto de tensão mais arriscado nas relações EUA-China”, afirmou o chanceler chinês.
'Negociações para a paz'
Ainda em sua fala na Assembleia da ONU, o ministro das Relações Exteriores da China, pediu que Rússia e a Ucrânia não deixem que os efeitos do conflito “transbordem”, ao mesmo tempo que solicitou uma resolução diplomática.
UN Photo/Laura Jarriel
Para Pequim, é urgente no momento que haja medidas que busquem “facilitar as negociações para a paz”, pedindo também diálogos “justos e pragmáticos” para resolver todas as questões globais. Chanceler chinês se encontrou com ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmitry Kuleba, nas Nações Unidas.
“Pedimos a todas as partes envolvidas que evitem que a crise se espalhe e protejam os direitos e interesses legítimos dos países em desenvolvimento”, disse Wang.
No discurso, o chanceler chinês também expressou posições da China em defesa da multipolaridade, globalização econômica com respeito às diferenças culturais.
“Devemos fortalecer a solidariedade e nos opormos à divisão: paz, desenvolvimento, equidade, justiça, democracia e liberdade são valores comuns da humanidade, mas diferenças entre sistemas não deve ser uma desculpa para criar divisões”, disse o ministro.
Para ele, o mundo hoje atravessa por “uma fase de turbulência”, com “mudanças não vistas em um século” que estariam “acelerando”. Nas palavras do ministro, esse momento histórico que impõe grandes desafios à humanidade é também uma “fase cheia de esperanças”.
A China também defendeu a paz e afirmou que aqueles que instigam a turbulência e as guerras por procuração “podem acabar se queimando facilmente”.
(*) Com Sputnik News e Agência Brasil China.