O Irã não cederá às sanções do Ocidente, especialmente dos Estados Unidos, por seu programa nuclear, afirmou o ministro de Assuntos Exteriores iraniano, Ali Akbar Salehi, em entrevista divulgada nesta segunda-feira (02/04) pela agência oficial, Irna.
As declarações de Salehi acontecem a menos de duas semanas da reunião que o Irã deve realizar em Istambul, a partir do dia 13 de abril, com o Grupo 5+1 (cinco membros permanentes do Conselho de Segurança das Nações Unidas mais a Alemanha) para tratar de seu programa nuclear e das sanções impostas ao país.
“O Ocidente pensa que, da mesma forma que muitos países, o Irã também sucumbirá às pressões dos EUA, mas essa hipótese é radicalmente falsa”, disse Salehi em relação às crescentes sanções impostas por Washington a Teerã, com a intenção de paralisar seus setores bancário e petroleiro.
Salehi acusou os países ocidentais de “inumeráveis complôs” contra a República Islâmica do Irã e afirmou que Teerã pôde “resistir a suas conspirações permanecendo vigilante e com prudência, sem menosprezar nenhum inimigo, inclusive se for inferior”.
Na opinião do responsável pela diplomacia iraniana, as últimas sanções petrolíferas impostas por Washington, que ameaçam os países que importam petróleo do Irã “não representam um retrocesso em sua postura”.
“Washington retrocederá em suas posturas apenas quando ver que tem todos os caminhos bloqueados”, acrescentou Salehi, em referência a alguns países, entre eles a China, que anunciaram não aceitar as ameaças americanas.
Segundo ele, após mais de três décadas de sanções, as novas impostas pelos EUA e pela União Europeia “criarão problemas menores, mas continuaremos nosso caminho” de avanço no programa nuclear, que Teerã afirma ser exclusivamente civil e pacífico.
Os iranianos, na opinião de Salehi, incluindo os que vivem no exterior e rejeitam o regime vigente, “apoiam de forma unânime a opinião de fazer uso da tecnologia nuclear para propósitos pacíficos, que é um direito inalienável da nação iraniana”, segundo a Irna.
Ele também afirmou que as Forças Armadas iranianas estão “perfeitamente preparadas para defender a República Islâmica de uma invasão inimiga”, em referência às ameaças de Israel, EUA e em certa medida do Reino Unido de atacar o Irã para frear seu desenvolvimento nuclear.
As principais autoridades civis e militares iranianas advertiram que em caso de ataque darão uma resposta “arrasadora” e que são capazes de alcançar o território de Israel assim como as bases e navios dos EUA na região.
Tanto as Nações Unidas quanto os EUA e a UE mantêm sanções ao Irã por causa de seu programa nuclear, que alguns governos, como o de Washington, acham que pode ter uma vertente militar destinada a fabricar bombas atômicas.
Teerã nega e afirma que cumpre com todos os requisitos do TNP (Tratado de Não-Proliferação Nuclear), do qual é signatário, sob a supervisão da AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica), apesar das suspeitas desta agência da ONU com relação ao Irã.
Alguns países, como a Rússia e a China, se opõem a novas sanções ao Irã e advertiram que um eventual ataque militar ao território iraniano poderia ter consequências imprevisíveis e catastróficas para o mundo, opinião compartilhada por vários governantes e analistas, inclusive em Israel e nos EUA.
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