Poucos minutos depois do início da cerimônia de proclamação da presidência de Nicolás Maduro, eleito neste domingo (14/04) como presidente da Venezuela, o ruído metálico das panelas começaram a soar no bairro nobre de Altamira, em Caracas. Nas ruas da região, moradores foram às janelas rejeitar o ato do CNE (Conselho Nacional Eleitoral) por meio de um panelaço.
Luciana Taddeo/Opera Mundi
Carros sofisticados rodavam pelas ruas do bairro de Altamira com venezuelanos batendo panelas com colheres de metal
O candidato derrotado, Henrique Capriles, diz que venceu as eleições venezuelanas e pede a recontagem dos votos. Ele convocou marchas de apoiadores pelo país para as 20h (21h30), mas as manifestações começaram com a proclamação de Maduro pelo CNE.
Na Praça Altamira, onde estudantes se runiram esta tarde para pedir a recontagem dos votos, cartazes com o rosto de Capriles, bandeiras amarelas de seu partido, Primeiro Justiça, flameavam. Enquanto isso, centenas de moradores da capital venezuelana faziam soar buzinas, cornetas, pedaços de madeira contra postes metálicos e colheres de pau contra panelas.
Luciana Taddeo/Opera Mundi
Moradores de prédios da região também fizeram panelaço, que começou após cerimônia de proclamação de Maduro como presidente
“Estamos aquí exercendo nosso direito. Temos medo de que [partidários do governo] nos ataquem, porque não somos blindados, mas não podemos nos deter. Ontem muita gente não votou por medo”, afirmou a estudante Evelyn Melendez, de 17 anos, a Opera Mundi. “Não vamos deixar que roubem nosso voto”, gritou uma senhora de cerca de 60 anos ao esmo.
“Fraude, fraude” era uma das frases de ordem gritadas pelos manifestantes, que eram apoiados por carros que passavam a algumas quadras da praça – as ruas de acesso ao local foram fechadas pela policía. De dentro de SUVs, venezuelanos também tocavam panelas e expunham bandeiras venezuelanas pela janela.
O grupo entoou cantos de “se vê, se sente Capriles presidente”, “recontagem [dos votos] nas ruas” e “sim, é possível”, um dos slogans da capamanha do candidato da aliança opositora MUD (Mesa de Unidade Democrática). “Só saímos daqui quando o Maduro deixar o poder”, disse um motoqueiro, que como muitos, se juntaram ao protesto.
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