O ministro de Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, afirmou nesta sexta-feira (03/03) que o escândalo nos Estados Unidos causado pelas reuniões entre o procurador-geral norte-americano, Jeff Sessions, e o embaixador russo, Sergei Kislyak, parece uma “caça às bruxas”, e lamentou a falta de diálogo com Washington. O chanceler russo ainda comparou a situação à década de 1950, quando o senador Joseph McCarthy liderou uma “caça às bruxas” contra supostos infiltrados comunistas no governo dos EUA, que foi amplamente baseada em acusações infundadas.
“Tudo isto se parece muito com uma caça às bruxas. Ou com os tempos do macartismo, que achávamos que nos Estados Unidos, como país civilizado, era assunto do passado”, disse Lavrov em entrevista coletiva conjunta com seu colega salvadorenho, Hugo Martínez. O chanceler russo disse que os embaixadores são designados para manter as relações entre os Estados, e que estas “se mantêm mediante reuniões, conversas com representantes do Executivo, parlamentares, personalidades e ONGs”, e que essa prática diplomática “nunca foi questionada por ninguém”.
“Do que acusam o embaixador Kislyak e seus interlocutores? De que nosso embaixador mantinha contatos com políticos americanos que estavam na oposição à administração de (Barack) Obama”, disse Lavrov.
O presidente Trump defendeu o procurador-geral, afirmando que “ele poderia ter indicado sua resposta mais precisamente, mas foi claramente não intencional”. Trump também criticou a “caça às bruxas” dos democratas. “Eles perderam as eleições, e agora perderam a noção da realidade. A verdadeira história é sobre todos os vazamentos de informações confidenciais”, defendeu o presidente.
Agência Efe
Ministro de Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, disse que situação nos EUA lembra 'caça às bruxas' e 'macartismo'
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Em mensagem sarcástica no Facebook, a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores russa, Maria Zhakarova, disse que ao cruzar com Tefft na antecâmara do ministério, advertiu-o de que ele corria o risco de se encontrar com diplomatas russos.
Sessions declarou nesta quinta-feira (02/03) que não participará de innvestigações do Departamento de Justiça sobre a possível ingerência da Rússia nas eleições presidenciais, que deram a vitória a Donald Trump. Em entrevista coletiva, Sessions se declarou impedido de participar de qualquer investigação sobre o tema, mas não confirmou nem negou se há uma investigação aberta.
“Esta declação não deve ser interpretada como confirmação de existência de qualquer investigação ou sugestiva do âmbito de qualquer investigação do tipo”, afirmou, após denúncias de que o procurador-geral havia tido contato com o embaixador russo em Washington, Sergei Kislyak. Segundo reportagem do jornal Washington Post publicada nesta quarta-feira (01/03), Sessions manteve reuniões com o embaixador russo em julho e em setembro, quando assessorava Donald Trump sobre política externa e outros temas durante a campanha presidencial.
(*) Com agências