Documento vazado pelo Wikileaks, datado de maio de 2009, revela o agendamento de uma visita do presidente Mubarak aos Estados Unidos. Na mensagem, Mubarak critica as recentes interferências norte-americanas no Oriente Médio.
Para o presidente egipcío, os resultados das ações dos EUA interferiram negativamente na vida política dos países vizinhos do Egito. “Onde quer que ele ( Mubarak) veja estes esforços dos EUA, ele pode apontar para o caos e a perda de estabilidade que se seguiu”, diz o despacho.
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Em outro trecho, o presidente egipcío cita alguns exemplos do insucesso das ações dos Estados Unidos: “Além do Iraque, também, advertiu contra as eleições palestinas em 2006, que levou o Hamas ao poder. Agora, o Paquistão está à beira de cair nas mãos dos talibãs, e (Mubarak) coloca parte da culpa na insistência dos EUA sobre as medidas que finalmente enfraqueceram Musharraf”, informa o despacho.
Perfil do visitante
O documento define Mubarak como um “líder orgulhoso de uma nação orgulhosa” e “um secularista que odeia extremismo religioso e sua interferência na política”. Em outro trecho, avalia que o presidente egipcío seria favorável à melhoria dos direitos humanos em “áreas que não afetem a segurança pública e a estabilidade.”
De acordo com a mensagem, Mubarak planejava visitar os Estados Unidos para demonstrar que o Egito continua sendo “um aliado árabe indispensável”.
O despacho lembra que Mubarak recebe críticas devido a sua conduta política. “As reformas políticas (estão) paralisadas, o governo do Egito recorre a táticas de mão pesada contra indivíduos e grupos, especialmente a Irmandade Muçulmana, cuja influência continua a crescer”, afirma o texto.
A Irmandade Muçulmana é o maior grupo de oposição no Egito. Um dos trechos da mensagem diz que a Irmandade Muçulmana “representa o que há de pior” em relação ao extremismo religioso e sua interferência no Estado.
Quanto ao possível sucessor do presidente, a mensagem comenta que é difícil precisar um subsituto, mas Gamel Mubarak, filho de Mubarak, seria a opção mais provavél. “Ninguém no Egito tem qualquer certeza sobre quem irá suceder Mubarak, nem em que circunstâncias. O mais provável candidato presidencial é o seu filho Gamal Mubarak”, diz o texto.
No entanto, a mensagem demonstra que Mubarak não parecia estar preocupado com a sua sucessão.“De fato, ele parece confiar em Deus e nos onipresentes serviços de segurança militares e civis para garantir uma transição ordenada”, aponta o despacho.
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