O presidente do Uruguai, José Pepe Mujica, pediu a seu homólogo dos Estados Unidos, Barack Obama, que preste atenção à disputa que seu país trava com a tabaqueira norte-americana Phillips Morris. Eles se encontraram nesta segunda-feira (12/05) na Casa Branca para tratar de temas de cooperação bilateral. Na ocasião, o uruguaio, que se classificou como um “velho fumante”, defendeu a adoção de políticas antitabagistas como uma “batalha pela vida”.
Agência Efe
Obama e Mujica conversam diante da imprensa nesta segunda-feira na Casa Branca
O encontro foi realizado dois meses após Mujica anunciar que o Uruguai pode receber prisioneiros da Base de Guantánamo e uma semana após a entrada em vigor da lei que regulariza a comercialização, venda e comercialização da maconha. Os temas considerados principais na agenda, no entanto, não foram abordados durante a entrevista com a imprensa.
Com relação à tabaqueira, Mujica afirmou que se trata de uma “dura batalha contra interesses muito fortes”. E ressaltou que “governantes não devem se envolver em questões privadas, mas [a luta contra o tabaco] é uma batalha pela vida”.
“Senhor presidente, quem fala é um velho fumante. No mundo, por ano, oito milhões de pessoas morrem por causa do cigarro. Isso é mais do que a Primeira e a Segunda Guerra Mundial. É um assassinato”, afirmou.
O processo da Phillips Morris contra a República Oriental do Uruguai foi motivado pelas medidas antitabaco adotadas durante a presidência de Tabaré Vázquez (2005-2010) e implementadas por Mujica.
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Cooperação
Durante o encontro, Mujica defendeu ainda que, assim como é primordial que uruguaios aprendam inglês, os norte-americanos devem estudar espanhol, “porque a força das mulheres latinas é admirável e vai encher este continente com pessoas que falam espanhol e português”, afirmou. Obama confessou ter um espanhol “precário”.
A respeito da cooperação educacional, Mujica ressaltou que o Uruguai não quer “seguir mandando estudantes” para os Estados Unidos. E defendeu a necessidade de um acordo para além do envio de jovens para o exterior. “Essa vai ser a melhor maneira de espalhar liberdade, independência e direitos”, insistiu.