Segunda-feira, 14 de julho de 2025
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A ex-presidente da Argentina e atual senadora, Cristina Kirchner, se pronunciou nesta quinta-feira (07/12) sobre o pedido de quebra de imunidade parlamentar e prisão preventiva feitos pelo juiz federal Claudio Bonadio. Segundo ela, “não há motivo para prisão”. 

“Tudo isso que está acontecendo é um despropósito. Um verdadeiro excesso. Estas medidas não só violam o estado de direito como buscam provocar danos pessoas e políticos aos opositores, às suas trajetórias. Isto não tem nada a ver com a justiça e com a democracia”, afirmou Kirchner, que considerou o pedido de prisão “um absurdo”.

Bonadio pediu a prisão da ex-mandatária por “traição à pátria” e “encobrimento agravado” por conta de um memorando assinado por ela, quando era presidente, e o governo do Irã. Esse acordo, segundo a acusação, tinha o objetivo de encobrir uma eventual participação de Teerã no atentado à sede da Associação Mutual Israelita Argentina (Amia) em 1994, que deixou 85 motos. 

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Foto: Presidência da Argentina / Fotos Públicas

Ex-presidente argentina afirmou que processo é “absurdo” e que viola “o estado de direito”

Ex-presidente argentina afirmou que processo é ‘absurdo’ e que viola ‘o estado de direito’;  juiz federal determinou quebra da imunidade parlamentar e prisão preventiva de Kirchner

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Kirchner afirmou que “não há causa, não há delito, não há motivo” para o pedido de prisão e que “Bonadio sabe, o governo sabe e o presidente da nação sabe”. Disse também que a assinatura do memorando “se tratava de um ato de política exterior”, e que recebeu tratamento e aprovação do Parlamento argentino.

Sobre a acusação de traição, Kichner afirmou que o juíz sustenta a ideia de que o atentado à sede da Amia foi um ato de guerra, e não um atentado terrorista. Para ela, “esta foi a única maneira que [Bonadio] encontrou em seu mundo jurídico muito particular” para justificar a acusação de traição à pátria.  

Senado

Segundo o jornal Clarín, é improvável que o Senado autorize a detenção de Cristina – e mesmo que qualquer decisão seja tomada em prazo curto, já que a Casa está em recesso e há trâmites a serem cumpridos antes de uma eventual votação. De acordo com o jornal, o assunto só conseguiria ser discutido no Legislativo em março de 2018.

Além disso, para que a prisão seja aprovada, são necessários 48 votos. O peronismo, diz o Clarín, tem 33 votos no Senado, deixando a oposição com 39 – insuficiente para que o pedido prospere.