A esposa do presidente deposto de Honduras, Xiomara Castro, declarou hoje (22) que tanto ela quanto Manuel Zelaya devem permanecer na Embaixada do Brasil em Tegucigalpa, juntamente com outras 300 pessoas que os acompanham, resistindo desarmados e “defendendo a paz com toda convicção”.
Xiomara assegurou à Rádio Nacional da Argentina que Zelaya não vai deixar a embaixada e que a resistência continuará sendo pacífica. “O presidente nunca irá utilizar a força para permanecer dentro da embaixada. Quer o diálogo, a paz e a reconciliação de Honduras há 87 dias, dias de repressão com assassinatos, perseguições e prisões”.
Ela rejeitou categoricamente a possibilidade de que uma guerra civil ocorra no país agora que Zelaya se encontra novamente em Honduras. “Para produzir uma guerra civil, deve haver dois grupos armados, e aqui essas armas são militares e policiais. Além do povo, a única arma que temos é a decisão e o desejo de um país com justiça, igualdade e democracia”, disse.
O presidente do Comitê de Defesa dos Direitos Humanos de Honduras, Pavón Andrés Murillo, denunciou repressão na madrugada aos adeptos de Zelaya, que segundo ele “deixou um grande número de pessoas com lesões graves”.
Contou ainda que um trabalhador do Instituto Agrário Nacional foi ferido e levado indevidamente em um carro da polícia. Murillo acredita que o trabalhador desaparecido é Arnaldo Oscar Murillo, ferido durante a repressão. Disse também que há pelo menos 25 pessoas presas.
O presidente da organização de direitos humanos declarou que a representação diplomática do Brasil está encurralada e indicou que, em edifícios próximos, “há franco-atiradores”. Afirmou também que há “um forte contingente de policiais mascarados na área”.
O site colaborativo Habla Honduras divulgou uma foto com supostos manifestantes retidos num campo de beisebol em Tegucigalpa. Clique aqui.
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