O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, pediu nesta segunda-feira (06/02) ao presidente palestino e líder do Fatah, Mahmoud Abbas, que escolha entre “a paz com o Hamas ou a paz com Israel”, após este último assinar acordo interino de reconciliação em Doha com o movimento islamita.
“Disse muitas vezes no passado que a Autoridade Palestina deve escolher entre uma aliança com o Hamas ou a paz com Israel. O Hamas e a paz não podem andar juntos”, declarou Netanyahu no início de uma reunião de seu partido, o direitista Likud.
Netanyahu advertiu a Abbas que se “colocar em prática o assinado hoje em Doha, estará escolhendo se desligar da via da paz e ligar-se ao Hamas”.
“Digo a Abu Mazen (sobrenome do presidente palestino) que ele não pode segurar a corda pelos dois lados. É a paz com o Hamas ou a paz com Israel. Não é possível os dois ao mesmo tempo”, advertiu.
A reação do premiê israelense chegou horas depois do Hamas e do Fatah, as duas principais organizações palestinas, concordarem na capital do Catar que Abbas lidere um Executivo de união nacional até a realização das eleições.
Anteriormente, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores israelense, Yigal Palmor, lamentou um pacto que representa “maior complacência em relação ao Hamas, o principal obstáculo no caminho da paz e do compromisso”.
Já o atual primeiro-ministro palestino, Salam Fayyad, expressou sua satisfação pelo acordo, que irá implicar sua substituição por Abbas. Fayyad pediu também que o acordo seja aplicado rapidamente.
Este foi o mais importante passo dado até agora para por em prática o documento de reconciliação que ambos os movimentos assinaram em maio no Cairo.
De acordo com o texto, lido nesta segunda-feira em uma entrevista coletiva conjunta de Abbas com o líder do Hamas, Khaled Meshaal, e o emir do Catar, xeque Hamad bin Khalifa Al-Thani, o futuro “governo de consenso nacional” incluirá tecnocratas palestinos independentes e terá como missão tramitar as eleições legislativas e presidenciais, previstas para 4 de maio.
O pleito está convocado para esta data há quatro meses, mas o Comitê Eleitoral Central já advertiu que será impossível cumprir o prazo por causa dos atrasos acumulados pelas negociações.
As últimas eleições legislativas palestinas aconteceram em janeiro de 2006, com a vitória do Hamas e o seguinte boicote da comunidade internacional ao novo governo.
As presidenciais, nas quais o Hamas optou por não apresentar candidato, elegeram há um ano o atual presidente Abbas.
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