A decisão do governo da Nicarágua de suspender as relações diplomáticas com Israel provocu reações diversas entre a política nicaraguense. O anúncio foi feito nesta quarta-feira (02/6) pela coordenadora do Conselho de Comunicação e Cidadania, Rosário Murilho, que leu o comunicado em que a Nicarágua condena “o criminal ataque efetuado pelo governo de Israel contra a Flotilha da Liberdade”.
Soldados israelenses atacaram na segunda-feira (31/5) um grupo de seis navios que transportava mais de 750 pessoas com ajuda humanitária para a Faixa de Gaza, deixando nove mortos.
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A decisão foi recebida com entusiasmo pelo embaixador da Palestina na Nicarágua, Mohamed Saadat. “Agradecemos ao governo do presidente Daniel Ortega e ao povo nicaraguense por essa decisão, baseada em princípios, em defesa das causas justas, como a nossa”, disse ao Opera Mundi.
O diplomata palestino ressaltou que a medida irá contribuir para o “estabelecimento de um sistema internacional mais justo, que promova a convivência entre os povos”. Além disso, Saadat declarou que a condenação do terrorismo contra o povo palestino contribuirá para “romper o cerco imposto por Israel” e convocou todos os países do mundo a “condenar o ataque”. Para ele, condenações de outros países podem se transformar em futuras “medidas punitivas, como a da Nicarágua.”
A bancada sandinista na Assembleia Nacional apoiou o governo. “O mundo inteiro condenou o ataque à frota humanitária que se dirigia rumo aà Faixa de Gaza, assim como as repetidas violações às resoluções de Nações Unidas por parte de Israel”, comentou a deputada sandinista Alba Palacios, membro da Comissão de Assuntos Exteriores do Legislativo.
A deputada informou também que a bancada do FSLN (Frente Sandinista de Liberação Nacional) introduzirá no plenário uma proposta de resolução, na qual se condena “o ataque contra a missão humanitária” e se apoia “a decisão do Executivo”.
Por outro lado, o coordenador dos Parlamentares Amigos de Israel, Salvador Talavera, discordou da medida governamental. “É lamentável e condenável a decisão tomada pelo governo. Parece querer tomar dores alheias e interfere em algo que não é de sua competência”, disse Talavera.
Para ele, o rompimento das relações não tem sentido, “já que nenhum país do mundo, nem a Turquia, que está diretamente envolvida no caso, “tomou uma medida tão radical”. Nas próximas horas, o grupo de parlamentares apresentará oficialmente a declaração de rechaço à suspensão de relações com o governo israelense.
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