O CNT (Conselho Nacional de Transição), órgão que atualmente governa a Líbia, pediu neste sábado (11/02) ao governo do Níger a extradição de Saadi Kadafi, filho do coronel Muamar Kadafi, que governou o país entre 1969 a 2011, até ser deposto e assassinado. O país vizinho, no entanto, negou o pedido, alegando que Saadi não pode ser entregue a um Estado que cogite executá-lo.
Saadi, que tem status de refugiado político no Níger desde agosto do ano passado, declarou recentemente à televisão Al Arabiya que estava em contato com líderes tribais do próprio CNT, além de outras pessoas insatisfeitas com o novo regime, e que voltará ao país para participar uma revolução que levantará toda a nação norte-africana. Estas palavras foram qualificadas horas depois como uma série de “embustes e fabulações” pelo porta-voz do CNT, Mohammed Nacer el Harizi, citado pela agência oficial líbia e uma ameaça aos laços bilaterais entre líbios e nigerinos.
“O conselho exige que o governo do Níger extradite Saadi e aqueles que estão com ele às autoridades líbias o mais rápido possível, para manter o relacionamento com o povo líbio”, afirmou Al Harizy.
“Eles deveriam seguir o governo argelino, que impediu que a filha de Kadafi fizesse declarações ou causasse problemas na terra deles”, afirmou.
Harizi apressou-se em negar que nenhum membro do CNT contatou Saadi e insistiu que nem o citado filho nem nenhum integrante da família do ditador “jamais voltará a levantar o brasão dos Kadafi na Líbia”.
“Os revolucionários de 17 de fevereiro se uniram, abandonaram as armas e estão prontos para enfrentar qualquer tentativa”, acrescentou.
Em resposta, o Níger prometeu fortalecer a vigilância domiciliar de Saadi.
O presidente nigerino, Mahamadou Issoufou, argumentou em novembro passado “razões humanitárias” para justificar o asilo concedido.
(*) com agências
NULL
NULL
NULL