Recém reeleito para um terceiro mandato, o presidente da Bolívia, Evo Morales, pediu a dirigentes de seu partido, o MAS (Movimento ao Socialismo), que iniciem um processo de debates no país para encontrar um candidato que possa sucedê-lo nas eleições de 2019.
Agência Boliviana de Informação/ Enzo de Luca
Presidente foi empossado para terceiro mandato em janeiro deste ano
Diante dos correligionários, Morales ressaltou: “Gostaria que vocês desde agora pensassem em como preparar para que outro companheiro se torne presidente. Temos cinco anos para preparar quem será o novo presidente a partir de 2020”, disse durante inauguração do ampliado das Seis Federações do Trópico de Cochabamba, no último sábado (25/04).
As declarações do mandatário foram dadas em meio à sinalização de setores indígenas do MAS que defenderão uma reforma na Constituição do país para viabilizar uma nova reeleição de Morales. O presidente, no entanto, não tem demonstrado interesse em seguir no cargo por um quarto mandato, uma vez que tem planos de se retirar para Chapare, no norte de Cochabamba, e lá abrir um restaurante.
NULL
NULL
Assim, a iniciativa de incentivar o debate em torno de uma liderança sucessora por parte de Morales pode ser considerada uma forma viável de construir um sucessor competitivo que possa levar adiante o projeto de governo implementado nesses nove anos.
Apesar da popularidade de que goza — em 2006, foi eleito com 53,74% dos votos; em 2009 foi reeleito com 64,22% e em 2014 com 61,36% — seu partido sofreu revezes nas eleições locais e regionais nas cidades mais povoadas na Bolívia nas eleições municipais realizadas em março deste ano.
Como consequência do resultado, o MAS anunciou a realização de um congresso de “reestruturação”, que será realizado em junho.