A nova tentativa entre a Grécia os credores (Comissão Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional) para chegar a um acordo sobre a ajuda financeira a Atenas chegou ao fim deste domingo (14/06) sem sucesso. A CE (Comissão Europeia) ressalta que existem “importantes divergências entre as partes” e que as propostas gregas seguem sendo “incompletas”, mesmo assim considerou ser possível um compromisso antes do fim de junho, quando expira o segundo prolongamento do resgate grego
Agência Efe
Tsipras e o ministro da Economia, Yanis Varoufakis caminham no Central Park de Atens
“Embora já tenham ocorrido alguns progressos, as conversas não prosperaram já que permanece uma grande lacuna entre os planos das autoridades gregas e as exigências comuns” das três instituições sobre as medidas fiscais, afirmam fontes comunitárias.
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O presidente da CE, Jean-Claude Juncker, diz que “segue confiante de que, com esforços reformistas mais fortes do lado grego e uma vontade política de todas as partes, ainda é possível encontrar uma solução antes do fim do mês”, como declararam as fontes.
A falta de acordo corresponde, entre outros aspectos, a uma diferença de 0,5% a 1% do PIB, o equivalente a dois bilhões de euros, em medidas orçamentárias permanentes sobre uma base anual. Apesar disso, a última proposta grega foi de chegar a 0,75% do PIB.
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Até o fim do mês, Atenas deve pagar 1,6 bilhão de euros ao FMI, com dinheiro que não tem. Na sexta-feira, membros da zona do euro discutiram formalmente vários cenários, incluindo o possível calote grego ao FMI.
Entre as possibilidades que se desenham a partir de agora estão: um calote, o controle de capitais para evitar a saída de dinheiro ou um novo prolongamento do prazo.
Grécia
Neste sábado (13/06), o primeiro ministro grego, Alexis Tsipras, ressaltou que “se chegarmos a um acordo sustentável, independentemente do quão difícil seja o compromisso, poderemos suportar a carga, porque nosso único critério é sair da crise e acabar com a submissão a programas de resgate”.
No entanto, advertiu que “se o que a Europa quer é a divisão e que se mantenha a submissão, tomaremos a grande decisão de dizer não e lutaremos pela dignidade de nosso povo e pela soberania nacional”.
O premiê ressaltou ainda que “o governo tem o apoio da população e uma maioria confortável no parlamento. O povo nos deu sua confiança para que tomemos decisões críticas e administremos esta situação difícil”.