Pelo menos seis palestinos morreram e outros 20 ficaram feridos em um novo ataque aéreo noturno israelense durante a segunda noite da incursão militar terrestre na Faixa de Gaza, informaram neste sábado (19/07) fontes médicas e testemunhas.
O porta-voz do Ministério da Saúde de Gaza, Ashraf al Qedra, informou que as mortes ocorreram na cidade de Khan Yunes, no sul do território palestino, uma das mais castigadas desde o início da ofensiva em 8 de julho. Segundo testemunhas, um grupo de pessoas estava sentado perto de suas casas quando um míssil israelense os atingiu, matando seis jovens no local.
Agência Efe
Funeral da família Abu Jarad, que perdeu oito membros devido a ataques de Israel à Faixa de Gaza.
O número de mortes já passou de 300 após 12 dias de operação militar. Cerca de dois terços das vítimas são civis, inclusive mulheres e crianças, lembraram fontes médicas. O Ministério da Saúde de Gaza disse, em entrevista coletiva, que mais de 1,3 mil pessoas foram feridas somente pelo disparo de mísseis e artilharia e advertiu que esse número pode aumentar muito se Israel não parar com sua ofensiva.
O número de vítimas fatais aumentou de forma dramática desde a noite da última quinta-feira, quando o Exército israelense começou uma operação terrestre para complementar os contínuos bombardeios da Aviação e da Marinha de Guerra contra o território palestino.
Somente nas primeiras 24 horas da incursão terrestre, mais de 70 palestinos morreram nos ataques, que foram concentrados em localidades do norte e do sul da Faixa.
Entre os israelenses, um soldado morreu no primeiro dia da incursão terrestre, a segunda vítima de Israel desde o início da operação Margem Protetora, que também deixou sete feridos da mesma nacionalidade.
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Desde então, segundo o exército de Israel, 1.637 foguetes foram lançados pelas milícias palestinas contra território israelense. Destes, 340 foram interceptados pelo sistema antimísseis “Domo de Ferro”. Durante as primeiras 24 horas de combate terrestre, o Exército israelense atacou por terra, mar e ar 240 posições islamitas, entre elas, cerca de dez túneis com mais de 20 saídas na Faixa de Gaza
Cronologia das tensões
A escalada de violência israelense ocorreu após a morte de três adolescentes israelenses na Cisjordânia no final de junho. Como “vingança”, um jovem palestino foi queimado vivo e assassinado em Jerusalém.
Logo após a descoberta dos corpos dos três jovens, Israel iniciou uma ofensiva contra o Hamas. Aviões de guerra passaram a bombardear Gaza destruindo casas e instituições e foram realizadas execuções extrajudiciais. Até agora, quase 600 palestinos foram sequestrados e presos.
A tensão aumentou na região após anúncio, no começo de junho, do fim da cisão entre o Fatah e o Hamas, que controlam a Cisjordânia e a Faixa de Gaza, respectivamente. Israel considera o Hamas um grupo terrorista e por isso suspendeu as conversas de paz que vinham sendo desenvolvidas com os palestinos com a mediação do secretário de Estado norte-americano, John Kerry.
(*) Com informações da Agência Efe