O presidente norte-americano, Barack Obama, definiu em discurso no Congresso ontem (27) como sua prioridade a criação de empregos e prometeu não abandonar a luta pela reforma do sistema de saúde.
“Empregos devem ser nossa prioridade em 2010”, ele disse em seu discurso anual do Estado da União, no momento em que o índice de desemprego de 10% domina o debate político.
EFE (27/01/2010)
Aplaudido várias vezes, Obama admitiu ter cometido erros e que seu primeiro ano de mandato foi muito difícil, mas disse que não irá desistir dos esforços de mudar o modo como Washington trabalha e de suas ambições legislativas.
“Eu não desisto”, ele disse ao Congresso, lotado. “Vamos aproveitar este momento para começar de novo, para levar o sonho adiante e fortalecer a nossa união, mais uma vez”.
Obama se comprometeu a forçar novas regulações a Wall Street. Ele disse que iria trabalhar para tirar o país de um “buraco fiscal” e estava disposto a usar seu poder de veto presidencial para impor a disciplina orçamentária.
Apesar da derrota do Partido Democrata em uma importante eleição suplementar para o Senado em Massachusetts, Obama disse que não vai recuar dos esforços para reformular o sistema de saúde e buscará um consenso bipartidário sobre as mudanças climáticas. Mas ele enfatizou a necessidade de recuperar a ainda abalada economia e reduzir a taxa de desemprego.
“As pessoas estão fora do mercado de trabalho. Elas estão sofrendo. Elas precisam da nossa ajuda. E eu quero um projeto de (criação de) postos de trabalho na minha mesa, sem atraso”, disse ele.
O presidente propôs usar os 30 bilhões de dólares do programa de recuperação dos bancos para aumentar a concessão de empréstimos pelos bancos comunitários às pequenas empresas a fim de estimular a criação de empregos.
Orçamento
O presidente propôs um congelamento de três anos em alguns programas nacionais para conter o déficit crescente no orçamento. Ele pediu a criação de uma comissão bipartidária para enfrentar os desafios orçamentários de longo prazo, como os programa previdenciário e de saúde Medicare para os norte-americanos mais idosos.
“Até o fim do meu discurso desta noite, mais norte-americanos terão perdido seus seguros de saúde. Milhões perderam neste ano”, disse. “Eu não vou abandonar esses norte-americanos. E as pessoas deste Congresso também não devem abandoná-los”, afirmou.
Obama criticou o “mau comportamento” e a imprudência de Wall Street e exigiu que o Congresso aprovasse uma legislação consistente sobre a regulação financeira.
Ele prometeu lutar contra os lobistas da indústria financeira que buscam diluir a legislação proposta. Obama afirmou que não está interessado em punir os bancos norte-americanos, mas rejeitará qualquer projeto de lei de reforma do sistema financeiro que seja muito fraco.
“Não podemos deixá-los vencer esta luta. E se o projeto de lei que chegar à minha mesa não incluir uma verdadeira reforma, eu vou devolvê-lo”, disse Obama.
Guerras
Obama previu dias difíceis no Afeganistão, mas disse continuar otimista com o sucesso da missão naquele país, e reafirmou sua determinação de retirar do Iraque as tropas de combate norte-americanas até o fim de agosto.
O presidente também disse que os líderes do Irã poderiam enfrentar “consequências crescentes” se não cumprissem as obrigações internacionais.
O presidente defendeu ainda a revogação da política do “Não pergunte, não conte”, que impede que homossexuais declarados atuem no serviço militar, disse uma autoridade norte-americana. Tal política permite que gays sejam militares se não revelarem sua orientação sexual.
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