O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, afirmou nesta sexta-feira (04/02) que “o futuro do Egito deve ser decidido pelo povo egípcio” em um processo de transição que deve começar “já” e promover eleições “limpas e imparciais”.
Em declarações após uma entrevista coletiva junto ao primeiro-ministro canadense, Stephen Harper, Obama reiterou que os episódios de violência, em particular os ataques a jornalistas e defensores dos direitos humanos, registrados nos últimos dias no Egito são “inaceitáveis”.
Segundo Obama, os egípcios devem decidir como o processo de transição se desenvolverá, através de consultas que já começaram, mas essas conversas “devem ser significativas, incluir uma representação ampla e resolver reivindicações” da sociedade civil.
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Ele afirmou que os EUA observam a situação e mantêm consultas com representantes egípcios para garantir que a transição seja “significativa”.
Obama disse ainda que seu país manterá um papel de observador no processo de transição que se desenvolve no Egito, que deve incluir “reformas autênticas”.
Para o presidente norte-americano, “o mais importante agora no Egito é ver como se desenvolve uma transição duradoura e significativa”.
Atitude
Previamente, o porta-voz da Casa Branca, Robert Gibbs, tinha afirmado que o governo do presidente egípcio, Hosni Mubarak, continua “sem tomar as medidas necessárias” para evitar o caos no país.
“Há passos concretos que o vice-presidente egípcio, Omar Suleiman, e Mubarak podem dar rumo a um caminho de autêntica mudança”, disse o porta-voz.
“Devem sentar-se com uma coalizão ampla de representantes da sociedade civil, de pessoas não representadas em seu governo, para abrir o caminho para eleições livres”, declarou.
Segundo ele, “enquanto isso não ocorrer, as pessoas” que participam das manifestações no Cairo e em outras cidades egípcias “não irão embora”.
As declarações da Casa Branca se produzem entre informações de que Washington se encontra em conversas com funcionários do regime egípcio sobre a saída de Mubarak.
Nesta sexta-feira (04/02), milhares de egípcios voltaram às ruas das principais cidades do país para exigir a saída do presidente Hosni Mubarak, em desafio à violência suscitada por partidários do regime desde quarta-feira.
A concentração desta sexta-feira se distinguiu das anteriores por uma maior organização e, sobretudo, pelas grandes medidas de segurança instaladas em torno da praça Tahrir para evitar um confronto direto com os partidários de Mubarak.
Cairo não foi o único palco de grandes concentrações para pedir a saída de Mubarak. Em Alexandria, milhares de pessoas protestaram em um ambiente “festivo e pacífico”, segundo um dos presentes na manifestação.
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