O presidente Barack Obama fez um pedido público nesta terça-feira (01/01) para que a Câmara dos Representantes — de maioria republicana — apóie um acordo já aprovado no Senado para evitar o chamado “abismo fiscal” dos Estados Unidos. O abismo fiscal é o termo usado para nomear uma série aumentos de impostos e cortes de gastos que entrou em vigor ontem (31/12) — data em que expiraram muitos cortes de taxas herdados do governo de George W. Bush.
Efe
Obama concede entrevista coletiva na Casa Branca após Senado aprovar pacto fiscal. Falta votação na Câmara
Negociado nas últimas horas de 2012, o acordo prevê a extensão dos cortes de impostos para os norte-americanos que ganham menos de US$ 400.000 por ano – acima dos US$ 250.000 inicialmente propostos pelos democratas. Para os mais ricos, porém, a taxa passa de 35% para 39,5% sobre os rendimentos.
O líder dos republicanos na Câmara, John Boehner, prometeu que a Casa votará o projeto de lei ou sugerirá uma alternativa. Porém, Boehner já havia dito anteriormente que não endossava o acordo — que também deve enfrentar resistência de diversas lideranças republicanas.
O projeto de lei foi aprovado pelo Senado, controlado pelos democratas, por maioria esmagadora de 89 votos a favor e 8 contra, na manhã desta terça-feira. Ele aumenta os impostos para os ricos e foi desenhado após longas conversações entre o vice-presidente Joe Biden e os republicanos do Senado. Cortes de gastos foram adiados por dois meses para que um acordo mais amplo fosse possível.
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Sem um acordo, os impostos subiriam para virtualmente todos os norte-americanos que trabalham. “Embora nem democratas nem republicanos tenham conseguido tudo o que queriam, esse acordo é a coisa certa a se fazer para nosso país, e a Câmara deve aprová-lo sem demora”, disse Obama em comunicado. “Há mais trabalho a ser feito para reduzir nossos déficits, e estou disposto a fazê-lo. Mas o acordo desta noite nos garante que, ao avançar, vamos continuar a reduzir o déficit por meio de uma combinação de novos cortes de gastos e novas receitas dos norte-americanos mais ricos”, pontuou o presidente.
Origens
O atual impasse tem suas origens em 2011, em uma tentativa fracassada de enfrentar o limite de endividamento do governo e o déficit orçamentário. Na época, republicanos e democratas concordaram em adiar as difíceis decisões sobre gastos até o fim de 2012 e estabeleceram cortes compulsórios caso não houvesse acordo até 31 de dezembro. A data também marcava o fim de isenções de impostos introduzidas no governo de George W. Bush.
Com isso, indivíduos e empresas serão afetados simultaneamente com aumento de impostos e redução em contratos, benefícios e apoio do governo. Cerca de US$ 607 bilhões em cortes no orçamento e aumento de impostos estão previstos, incluindo cortes na verba da Defesa, mudanças no sistema de saúde para idosos e impostos mais altos para pessoas físicas. Desempregados e pessoas com salários baixos irão perder benefícios.
* Com informações da BBC Brasil, Agência Efe e France Presse