– Hey, Johnny, contra o que você está se rebelando?
– O que você sugere?
O diálogo do filme O Selvagem da Motocicleta,
Thiago Carrapatoso/Opera Mundi
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O movimento de ocupação de Wall Street tem sofrido grandes contestações da mídia por esta falta de definição específica sobre o que são os protestos. Desde o dia 17 de setembro, vários grupos sociais decidiram ocupar a praça onde os executivos das maiores instituições financeiras do mundo sentam para almoçar: a
“Só para citar um exemplo, hoje, nos EUA, os jovens enfrentam um terrível índice de desemprego. Esta situação é a pior porque contradiz o que sempre foi prometido para eles: 'o sonho americano'. O montante de débito estudantil por meio de empréstimos para pagar um curso superior atualmente ultrapassa o total de débito em contas de cartão de crédito. É quase 1 trilhão de dólares! Os estudantes saem das universidades devendo dezenas, às vezes centenas de milhares de dólares e descobrem que não há empregos esperando por eles. Será que eles são uma bomba relógio? Claro. Um dos itens que eles podem colocar
Na quarta-feira (05/10), o movimento realizou uma manifestação que foi reprimida fortemente pela polícia, terminando com 28 pessoas presas. A manifestação, porém, marca uma mudança na estrutura e credibilidade do movimento para os olhos de grupos mais conservadores. O sociólogo e professor de Jornalismo e Sociologia da Universidade
A demonstração de que o sistema vigente está falido é o que tem atraído cada vez mais organizações, inclusive as mais conservadoras e tradicionais, para o movimento. Nessa quinta-feira (06/10), a Federação de Professores Americanos oficializou o seu apoio à ocupação. Até o apresentador apolítico David Letterman disse em seu programa concordar com o acampamento no distrito financeiro.
Gitlin e Winner concordam que esses protestos já estavam anunciados para acontecer de qualquer maneira. O que adiou para que acontecesse agora foi a eleição de Barack Obama à presidência do país. Os grupos esperaram para ver se o líder eleito conseguiria driblar a crise e resolver a falência global. “Agora, está perfeitamente claro que Obama é só um outro político, alguém considerado relutante ou incapaz de domar a dolorosa crise econômica e política que os norte-americanos vivem todos os dias. Obama e os outros de Washington, a elite do distrito de
Thiago Carrapatoso
O que se vê agora e que influenciará a próxima eleição, segundo Gitlin, é que os Estados Unidos contam com uma nova força que influenciará e até decidirá os rumos do país: a sociedade. A democracia norte-americana, agora, precisa lidar com um agente que estava até então oprimido das decisões e relações políticas. A ocupação e manifestação no coração financeiro do mundo fez com que o questionamento sobre o que é a democracia nos EUA se tornasse mais popular e divulgada por todas as camadas da sociedade. “Agora há uma nova força. Nós estamos em um novo contexto político”.
Para Langdon Winner, porém, o futuro pode não ser tão promissor quanto se parece agora. “É muito cedo para dizer se este fermento moverá a sociedade para uma situação mais justa, igualitária e de engajamento público. Aliás, um possível resultado é uma reação fascista viral, algo que frequentemente ocorre quando a economia quebra,
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