A onda de protestos contra regimes autoritários que passou a chamar atenção do mundo no início deste ano começa a influenciar o restante do continente africano.
No Djibuti, uma pessoa morreu nesta sexta-feira (18/02) e dezenas foram detidas quando a polícia local dispersou milhares de manifestantes que se concentravam para protestar contra o governo do presidente Ismail Omar Guelleh.
Fontes ligadas aos manifestantes confirmaram a morte de uma mulher que vendia uma planta com propriedades estimulantes consumida em todo o nordeste africano. Sua morte teria ocorrido quando a polícia enfrentou um grupo de pessoas que se aproximou do veículo no qual Guelleh estava ao sair da sede do governo.
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Segundo testemunhas que pediram para permanecer no anonimato, os manifestantes começaram a se concentrar na manhã de sexta em frente ao Estádio Nacional de Djibuti, onde começaram a gritar palavras pedindo a renúncia do presidente.
Diferentes líderes de partidos da oposição incentivaram do exílio os cidadãos de Djibuti a seguirem o exemplo da Tunísia e do Egito e se manifestarem contra Guelleh.
A oposição acusou o presidente durante a manifestação de mudar a Constituição para poder ser eleito para um terceiro mandato e de forçar seus oponentes a viverem no exílio.
No entanto, o ministro do Interior de Djibuti, Yassin Elmi Buh, afirmou que “o governo permitiu que o povo se manifestasse”.”Somos um estado democrático, aceitamos a liberdade de expressão, mas não aceitamos a violência”, argumentou Buh. “Se a oposição acredita que tem seguidores, que se candidate às eleições e vença, cederemos o poder”, acrescentou.
Guelleh preside o Djibuti de forma autoritária desde 1999, quando sucedeu o primeiro presidente do país, Al-Hajj Hassan Gouled Aptidon.
O pequeno país de apenas 23 mil quilômetros quadrados de área está situado no nordeste africano, região considerada uma zona estratégica, entre o Mar Vermelho e o Golfo de Áden. Estados Unidos, França e Alemanha têm bases militares em seu território.
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