Centenas de mulheres hondurenhas, principalmente as que se manifestaram contra o golpe de Estado em Honduras, foram vítimas de atos de violência, insultos, agressões, demissões, abusos sexuais e violações, denunciaram em uma audiência da CIDH (Comissão Interamericana de Direitos Humanos) hoje (03) o grupo Feministas en Resistencia de Honduras e o Observatorio de la Transgresión Feminista.
“Em um conflito político como o que existe em Honduras, nosso corpo de mulher se transformou em um campo de batalha, na medida em que somos ativas nas manifestações”, disse Jessica Fonseca, do grupo Feministas en Resistencia.
Soraya Long, do Observatorio de la Transgresión Feminista, indicou que as mulheres mais afetadas pela violência exercida pelas forças do Estado são as que participaram e participam de manifestações contra do golpe que derrubou Manuel Zelaya em 28 de junho.
Desde o golpe, houve mais de 39 manifestações, dissolvidas pela força, e por causa delas entre quatro mil e seis mil pessoas foram detidas, afirmou. As organizações não possuem o número de mulheres detidas em manifestações, mas indicaram que foram registrados mais de 400 casos de violações a seus direitos.
As agressões mais comuns contra as mulheres são as físicas, os insultos, ameaças, abusos sexuais e estupros. Segundo estas organizações, entre os atos de violência sobressai a violência sexual exercida por militares e policiais contra mulheres no país.
Um dia após o retorno de Manuel Zelaya a Honduras, a professora Agustina Flores López, 50 anos, foi capturada por oito policiais femininas e sofreu na prisão agressões e privação de remédios. O médico que a atendeu, Juan Almendarez, denunciou em uma carta aberta aos meios de comunicação os abusos.
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