Atualizada às 20h10
Novos dados revelam que 502 mil refugiados e imigrantes chegaram à Grécia pelo mar em 2015, anunciou nesta terça-feira (20/10) a ONU (Organização das Nações Unidas). Nas últimas 24 horas, mais de 8 mil entradas foram registradas no país.
EFE
Homem carrega bebê na ilha grega de Lesbos, um dos principais pontos de chegada
Segundo o Acnur (Alto Comissariado das Nações Unidas para refugiados), 27.500 pessoas continuam em trânsito entre ilhas gregas próximas da Turquia. A meta é atravessar pelo leste europeu e pelos Bálcãs para chegar a países mais ricos da União Europeia, como Alemanha e Áustria.
“É de extrema importância que aqui, assim como outras partes da Europa, as condições de recepção sejam adequadas para a tarefa. Sem este elemento essencial, o programa de relocação aceito pela Europa em setembro está em sério perigo e pode falhar”, declarou Melissa Fleming, porta-voz do Acnur.
No fim de setembro, o Acnur declarou que 97% das pessoas que chegaram à Grécia vêm de países em conflito e, por isso, têm status de refugiado e direito ao asilo.
EFE
Grafite em muro de Lesbos retrata sofrimento daqueles que cruzam mares atrás de vida melhor
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“As pessoas que vêm desses países são consideradas refugiadas porque fogem de um conflito. Não entendo porque, durante quatro anos, chamamos os sírios que chegaram à Jordânia, ao Líbano ou à Turquia na condição de refugiados, mas no momento em que chegam à Europa não são mais”, afirmara Fleming na ocasião.
Grécia: o país que mais recebe refugiados
Apesar da crise econômica e da turbulência política, a Grécia é o país que mais recebe refugiados na Europa. Dados da agência apontam que o país liderado pelo primeiro-ministro Alexis Tsipras recebeu mais solicitantes de asilo em julho (50.242 pessoas) do que durante o ano passado inteiro (43.500 pessoas).
Em agosto, Tsipras disse que a infraestrutura da nação helênica não consegue suportar milhares de imigrantes desembarcando. “Agora é hora de ver se a União Europeia é a União Europeia da solidariedade ou é a União Europeia que tem todos tentando proteger suas fronteiras”, declarou. Mesmo com esse panorama e apesar dos perigos da travessia pelo mar Mediterrâneo, a Grécia ainda é vista como uma boa opção — ou, pelo menos, uma boa porta de entrada, para o continente.
Eslovênia: exército na fronteira com a Croácia
Nesta terça-feira, a televisão pública croata HTV informou que a Eslovênia começou a deslocar seu exército para a fronteira com a Croácia para barrar o fluxo de refugiados. O governo do primeiro-esloveno, Miro Cerar, havia anunciado mais cedo a intenção de alterar leis do país a fim de que as Forças Armadas possam atuar na vigilância da divisa. As discussões já se iniciaram no Parlamento, onde são necessários dois terços dos votos para a aprovação.
O governo esloveno afirmou que a entrada de refugiados vindos da Croácia “superou os limites sustentáveis”. Ontem, depois do fechamento da divisa com a Eslovênia, a Croácia resolveu reabrir uma passagem na fronteira com a Sérvia.
Cerca de dois mil refugiados entraram na Áustria após fugirem de um abrigo na Eslovênia localizado na cidade fronteiriça de Sentilj. Eles foram alojados por autoridades austríacas. Segundo a agência de notícias do governo austríaco, a polícia da Áustria utilizou gás de pimenta para conter os refugiados. Não há, porém, registros de feridos.