A ONU manifestou nesta quarta-feira (12/09) estar otimista em relação ao processo de paz iniciado na Colômbia, mas advertiu que o caminho “não será fácil” porque tanto o governo quanto as FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) devem mudar suas posições para se chegar a um acordo.
“Eu acho que há razões para sermos otimistas, mas esse processo não será fácil”, afirmou Todd Howland, representante na Colômbia do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos.
Segundo Howland, este é um processo de paz “mais realista” que os anteriores e, além disso, dá importância aos direitos humanos das vítimas, tem garantias políticas da oposição e propõe o desarmamento da guerrilha como alguns dos pontos da agenda.
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Howland deixou claro que em nenhum caso devem ser negociadas anistias ou indultos e, por isso, considerou necessário que o eixo do diálogo gire em torno das vítimas. A ONU entende que o sucesso do diálogo com as FARC levará a “uma transformação profunda” na sociedade e, por isso, enfatizou que “não deverá ter anistia por qualquer crime”.
O representante sugeriu que, para se chegar a um bom termo, devem ser levadas em conta as experiências internacionais bem-sucedidas, como o caso de El Salvador. Além disso, considerou que o esclarecimento do ocorrido com os sequestrados e desaparecidos é outro assunto-chave no processo.
Nesse sentido, insistiu que “é importante que o Estado e a mesa de negociações criem mecanismos” que permitam recuperar os restos mortais dos desaparecidos e “facilitem o reconhecimento o mais rapidamente possível”.
Na terça-feira (11/09), o presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, disse que o processo de paz pode “ser concluído mais rápido do que as pessoas imaginam”.
De acordo com a emissora Caracol Radio, o governo dará à guerrilha um prazo, até junho de 2013, para atingir ao menos um dos cinco pontos da agenda. São eles: desenvolvimento rural; garantias para o exercício político de oposição e da participação cidadã, fim do conflito armado e do narcotráfico; e reconhecimento dos direitos e atendimento às vítimas.