Os parlamentares Ernesto Sanz e Gerardo Morales, da UCR (União Cívica Radical), afirmaram nesta sexta-feira (27/8) que o tema da Papel Prensa “não está entre as prioridades” do partido e, por isso, devem se pronunciar contra ao projeto levado ao Congresso pelo governo argentino.
Sanz, que preside a UCR, antecipou à imprensa local que a legenda “não votará nenhum projeto que proponha a restrição da liberdade de expressão”. Por outro lado, mostrou-se disposto a discutir um documento que “implique a garantia do acesso aos insumos” às publicações argentinas.
Já Morales, que é líder da UCR no Senado, acusou o governo de Cristina Kirchner de tentar “alterar a agenda da oposição” com tal proposta.
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Mais cedo, Cristina confirmou o envio ao congresso do projeto que declara de interesse público a produção de papel-jornal no país, declarando que este “é necessário para que a democracia chegue a todos os setores”.
Se ratificado o texto, o governo conseguiria restringir a oferta do material aos dois principais jornais locais – Clarín e La Nación -, justamente os que foram acusados na última terça-feira de terem sido cúmplices da ditadura, que governou de 1976 a 1983, para adquirir a maior parte das ações da Papel Prensa, que abastece mais de 130 veículos no país.
Na terça-feira passada (24/8), a presidente anunciou a medida ao revelar os detalhes da investigação de 26 mil páginas, realizada por sua gestão, sobre a venda da fabricante de papel, que teria sido concretizada, segundo a denúncia, por meio de torturas e ameaças aos proprietários da indústria, a família Graiver.
A intenção da administração peronista também foi criticada pela SIP (Sociedade Interamericana de Imprensa), que considerou a medida como “inconstitucional”.
“Surpreende o fato de o governo argentino fazer as acusações, tornando expressa a intenção de controlar os meios de comunicação, por meio da regulação, da fabricação e da distribuição do papel jornal”, declarou o presidente da entidade, Alejandro Aguirre, na quarta-feira passada.
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