Neste domingo (12/02) a coalizão oposicionista MUD (Mesa da União Democrática) nomeará oficialmente o candidato que a representará na disputa contra o atual presidente da Venezuela, Hugo Chávez, nas próximas eleições presidenciais, marcadas para o mês de outubro.
Quatro pré-candidatos concorrem à vaga que representará o maior bloco de oposição ao líder bolivariano. Henrique Capriles, governador do estado de Miranda, aparece como o nome mais forte da coligação para assumir a candidatura, de acordo com as últimas pesquisas.
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Henrique Capriles, o favorito para ser o principal opositor de Chávez em outubro
Em janeiro, Capriles recebeu o significativo apoio de Leopoldo López, ex-prefeito do município de Chacao, em Caracas. López desistiu da candidatura quando ocupava o terceiro lugar na disputa, por estar impossibilitado de administrar qualquer cargo público em razão de uma decisão do Tribunal Superior de Justiça.
O segundo lugar nas pesquisas cabe ao atual governador de Zula, Pablo Pérez. O pré-candidato, no entanto, é apoiado por dois partidos que não gozam de grande prestígio entre os venezuelanos atualmente, mas que chegaram a dominar o cenário político de 1958 a 1998 no país: a Ação Democrática e o Copei (Comitê de Organização Política Eleitoral Independente). Por sua vez, Capriles é apoiado pelo partido de centro-direita Primeiro Justiça e pelo social-democrata Um Novo Tempo.
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O governador de Zulia, Pablo Pérez, ensaia um discurso mais moderado em relação a Capriles
Tanto Capriles quanto Pérez afirmam por meio de seus discursos que irão manter os consagrados programas sociais de Chávez. Entretanto, prometem um “novo governo”, remodelado.
“Chávez abriu o caminho do socialismo, um Estado que quer ser dono de tudo. Eu quero o caminho do progresso”, afirmou Capriles. “Pretendo ser um presidente que fala muito menos e que não invada a vida dos venezuelanos todos os dias”, completou. Diante de suas falas, Capriles conquistou um grande apoio do eleitorado opositor que se denomina apartidário, mas que anseia por uma mudança no poder. O atual presidente, vitorioso nas últimas três eleições, governa desde fevereiro de 1999.
Esse mesmo eleitorado olha para Pérez com ressalvas, pois acredita que o pré-candidato não traria mudanças efetivas para o governo. Como resposta, o governador indica que manterá “as coisas boas e eliminará as ruins”.
De acordo com a última pesquisa divulgada pelo instituto Datanálisis, realizada entre os dias 9 e 18 de janeiro, Capriles tem 56% das intenções de voto nas primárias. Pérez aparece em segundo lugar com 31%. Como forma de rebater as críticas feitas por Chávez aos seus opositores, Capriles foca em seus discursos a imagem de alguém que quer reunir a nação.
“Não sou imperialista. Esses debates são de 50 anos atrás, quando eu nem era nascido. Esse é um debate entre a estagnação e o progresso”, destacou o pré-candidato. Durante suas campanhas os candidatos criticaram também a inflação no país (atualmente em 28%) e criticaram veementemente o atual presidente por sua atuação diante de desastres naturais.
Além de Capriles e López, outros dois pré-candidatos disputam a vaga da coalizão. A legisladora Maria Corina Machado ganhou mais destaque nos últimos debates por conta das críticas feitas a Chávez. Apesar disso, tanto ela quando Diego Arria, ex-embaixador do país na ONU não aparecem bem colocados nas pesquisas.
A MUD instalou 7.600 colégios eleitorais por todo o país para que os venezuelanos possam votar. Nas primárias, serão definidos também candidatos a governadores para eleições regionais, em dezembro, e a prefeitos, para os pleitos de abril de 2013.
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