Em entrevista neste domingo (16/03) a uma emissora de TV venezuelana, o governador do estado de Miranda e ex-candidato à Presidência Henrique Capriles afirmou que a oposição negocia com o governo de Nicolás Maduro um debate público sobre a situação do país. Há mais de um mês, a Venezuela enfrenta uma onda de protestos.
Guillermo Suárez/Opera Mundi
Henrique Capriles diz que negocia “debate público” com governo sobre situação do país
“Oxalá se dê um debate com esse governo. Que o país possa ver em cadeia de rádio e TV a verdade enfrentando a mentira”, afirmou, depois, no microblog Twitter. “Eu sim quero o debate, mas não depende de mim. Se dependesse, haveria debate. Mas não depende de mim e depende fundamentalmente do governo”, disse o governador à agência Efe.
“O diálogo não é um show de televisão, não vamos nos prestar a uma farsa. Agora, eu creio que seria um erro não abrir espaço para dizermos as coisas cara a cara. Creio que a oportunidade de o país ver um debate de ideias tem muito mais valor”, afirmou.
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O presidente Maduro respondeu a Capriles e disse que, se ele quiser conversar, deve fazê-lo “com respeito ao presidente da República, o que quer dizer respeito com o povo da Venezuela. Se não, que não venha”.
No final de fevereiro, Maduro criou uma “Comissão de Paz” para discutir com a oposição a situação do país. No entanto, os partidos reunidos na MUD (Mesa de Unidade Democrática), da qual Capriles faz parte, se recusaram a fazer parte se determinadas condições não fossem atendidas.
Em carta, a MUD disse que não iria participar de um “simulacro de diálogo que irá desembocar em uma gozação com nossos compatriotas”. Assinado pelo secretário-executivo da MUD, Ramón Guillermo Avaledo, o texto afirmava que o diálogo proposto pelo governo não tem as condições adequadas, devido à situação atual.
Após a divulgação da carta, o presidente da Assembleia Nacional, o chavista Diosdado Cabello, escreveu em sua conta no Twitter: “Confirmado: a MUD não quer paz, decidiram não comparecer ao convite do companheiro Presidente, só o que os move é o cálculo politiqueiro”. Em seguida, ele afirmou: “Como uma palavra tão linda: PAZ, provoca tanta reação de rechaço da direção opositora? Fica claro que toda a MUD está no golpe.”
(*) Com AFP