Uma reunião de dois dias entre grupos opositores ao presidente da Síria, Bashar al-Assad, terminou nesta quinta-feira (10/12) em Riad, capital da Arábia Saudita. Por meio de um comunicado, o grupo pediu a criação de “um regime pluralista que represente todos os setores do povo sírio” e a consequente instalação de um período de transição política, mas sem participação de Assad e seus aliados.
EFE
Opositores recusam participação de Bashar al-Assad e aliados próximos na transição política na Síria
A conferência reuniu representantes de grupos como a Coalizão Nacional, a principal aliança opositora que tem o apoio de potências ocidentais, o Comitê Nacional de Coordenação, tolerado pelas autoridades sírias, e a facção Ahrar al-Sham, entre outros.
Os opositores se comprometeram no comunicado que, caso cheguem ao poder, irão preservar as instituições sírias e reestruturar as forças de segurança. Segundo Monzer Akbik, membro da Coalizão Nacional, será criado um grupo composto de 25 líderes opositores, incluindo seis membros da Coalizão, seis das diferentes facções, cinco do Comitê Nacional de Coordenação e oito independentes.
“[Esses 25] são representantes de todas as facções da oposição, política e militar, e serão decisivos no ajuste político”, declarou Akbik.
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A delegação do grupo insurgente Ahrar al-Sham se retirou da reunião antes do término, defendendo que a conferência dos opositores não deu “o devido peso às facções revolucionárias”, se referindo à discussão das pautas e à presença de insurgentes na reunião. O Ahrar al-Sham também protestou que um dos grupos da conferência — o Comitê Nacional de Coordenação — era próximo de Assad a ponto de ser do governo e não da oposição.
A Síria vive uma guerra civil desde março de 2011 em que mais de 250 mil pessoas morreram e 11 milhões foram forçadas a migrar, para outras regiões do país ou para o exterior.
A comunidade internacional diverge quanto à permanência de Assad no cargo para a solução da situação da Síria. Potências ocidentais lideradas pelo Estados Unidos defendem a saída de Assad do cargo, o que é contrariado pela Rússia. Moscou afirma que somente com Assad no governo a Síria pode restabelecer a paz.