A organização Human Rights Watch (HRW) denunciou nesta sexta-feira (18/10), em um relatório, que a polícia etíope torturou e maltratou presos políticos de seu principal centro de investigação, situado em Adis-Abeba, para obter confissões assinadas.
Segundo o texto, entre os torturados estão políticos da oposição, jornalistas, organizadores de protestos e supostos simpatizantes de grupos insurgentes. Os presos, detidos no centro de Maekelawi, foram submetidos a contínuos maus tratos e não tiveram direito a ligar para parentes ou advogados.
A diretora adjunta da HRW na África, Leslie Lefkow, afirma que esta é uma prática habitual ordenada pelas autoridades etíopes, que, desde as eleições de 2005, intensificaram sua repressão.
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Segundo os testemunhos colhidos de 35 dos presos, a HRW constatou que os agentes utilizaram métodos coercitivos, incluindo surras e ameaças, para obrigar os detidos a assinar declarações e confissões. Os depoimentos foram utilizados como provas nos tribunais ou para conseguir que os detidos trabalhassem para as autoridades etíopes após serem libertados.
Martin Schibbye, um jornalista sueco preso em Maekelawi em 2011, descreve no relatório que a prisão tem um sistema organizado para obter confissões sob violência física e coação.
A HRW afirma que a Etiópia restringiu duramente a fiscalização independente do respeito aos direitos humanos, o que dificulta o acompanhamento das condições de detenção em Maekelawi.