O secretário-geral da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte), Anders Fogh Rasmussen, disse neste domingo (15/06) que Moscou vê a organização como uma adversária. O seretário também informou que prepara medidas para ajudar a Ucrânia na defesa do país contra a Rússia, s serem apresentadas aos países membros no fim do mês.
Até o momento, Rasmussen afirma que a OTAN não pretende interferir militarmente no empasse entre os dois países. A organização enviou aviões e navios para o leste europeu para monitorar a região. No sábado, foram divulgadas imagens de satélite que indicam que tanques russos se movimentaram desde a fronteira russa até as proximidades da Ucrânia.
Agência Efe
Imagem de satélite disponibilizada pela OTAN de um tanque de guerra em Snizhne, Ucrânia, sem marcações
“Estas imagens colocam questões significativas sobre o papel da Rússia na hora de facilitar a instabilidade no leste da Ucrânia”, afirmou Rasmussem em comunicado. A OTAN publicou um mapa da região e diversas fotografias onde é possível ver o deslocamento de possíveis tanques russos não identificados próximos ou dentro da Ucrânia. Caso a presença russa seja confirmada, “marcaria uma grave escalada da crise no leste da Ucrânia”, afirmava o comunicado.
Protesto
Na tarde do sábado (14/06), o governo russo respondeu com irritação ao violento protesto contra a embaixada russa em Kiev, que aconteceu ontem. O ataque foi classificado como uma “grave violação das obrigações internacionais da Ucrânia”. O ministro russo das Relações Exteriores, Sergei Lavrov, disse neste domingo (15/06) que os manifestantes “queriam se apoderar do edifício e ver sangue”. A Rússia acusa as forças ucranianas de permanecerem paradas durante os ataques.
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Ativistas ultra-nacionalistas participam de uma cerimônia em homenagem aos soldados ucranianos mortos
O protesto começou quando um grupo de ultra-nacionalistas invadiu o edifício da embaixada, quebrou as janelas e atacou carros diplomáticos. Os manifestantes carregavam cartazes com a frase “Kremlin, saia da Ucrânia”. O protesto veio em resposta ao ataque feito por pró-russos contra uma aeronave ucraniana que matou 49 soldados em Lugansk.
Os Estados Unidos também condenaram o ataque contra a embaixada. O porta-voz do Departamento de Estado, Jen Psaki, pediu às autoridades ucranianas “que cumpram com suas obrigações da Convenção de Viena para proporcionar uma segurança adequada”. A Convenção de Viena aborda questões diplomáticas e enfatiza a obrigação internacional de proteger as delegações diplomáticas e organizações internacionais.
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Agência Efe
Pro-ucranianos subiram em carro durante o protesto em frente à embaixada russa em Kiev
O ministro ucraniano de Defesa, Mikailo Koval, informou que as forças do governo ucraniano mataram mais de 250 rebeldes pró-russos desde sexta-feira. Manifestantes pró-russos informaram neste domingo (15/06) que aproximadamente 100 pessoas, entre civis e milicianos, morreram nas últimas 24 horas nas proximidades de Lugansk.
A região foi palco de diversos confrontos entre pró-russos e forças do governo ucraniano nas últimas semanas. Os manifestantes informaram que retomaram uma das cidades da região, Luganskaya. Um porta-voz da autoproclamada República Popular de Lugansk declarou que “o inimigo se retirou da cidade. Sua estadia nesse núcleo se saldou com muitos mortos e com destruição”.