Os palestinos reivindicaram nesta terça-feira (15/05) que a comunidade internacional “pague sua dívida histórica” com este povo por conta da Nakba (catástrofe). O episódio, que nesta terça completa 64 anos, causou o êxodo de pelo menos 750 mil palestinos entre 1947 e 1949, resultando na criação de Israel.
Efe
Palestinos foram às ruas para lembrar os 64 anos da Nakba
“Há 64 anos, a vibrante sociedade e a rica cultura de uma nação foi forçada ao exílio e à expulsão em massa. Um país foi riscado do mapa. Hoje, a comunidade internacional tem a responsabilidade moral de reparar o que aconteceu”, afirmou Saeb Erekat, um dos principais assessores do presidente Mahmoud Abbas e membro do Comitê Central da OLP (Organização para a Libertação da Palestina).
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Segundo Erekat, a principal forma de se corrigir esta injustiça é “pôr fim à impunidade de Israel e tornar efetivas as legítimas aspirações do povo palestino de autodeterminação, independência e retorno”.
O porta-voz ainda acusou os israelenses de “burlar o sistema internacional” ao ignorar dezenas de resoluções da ONU (Organização das Nações Unidas) para que respeitasse os direitos dos palestinos.
Efe
Episódio causou o exílio de pelo menos 750 mil palestinos
Por fim, Erekat classificou a Nakba como um a “sombria ocasião que a comunidade internacional deve usar para corrigir a injustiça histórica que caiu sobre o povo palestino”.
Protestos
Para relembrar os 64 anos do exílio e a usurpação de suas terras, os palestinos foram às ruas nesta terça-feira na cidade cisjordaniana de Ramala. O objetivo da marcha era partir da Praça do Mártir Yasser Arafat com destino à praça principal, a Al Manara.
Em Gaza, representantes do Hamas e do Fatah organizaram uma passeata pacífica cujo objetivo era ir do centro até a sede da ONU.
Outro protesto foi convocado para acontecer em frente à prisão de Ofer. Nesta segunda-feira, os presos palestinos chegaram a um acordo com o governo israelense e colocaram fim à greve de fome que havia sido iniciada em 17 de abril e atingia cerca de dois mil prisioneiros.
Efe
Manifestações aconteceram também em Sidney, na Austrália
Os jornais israelenses afirmaram ainda na segunda que o governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu se apressou em assinar o acordo com os palestinos para evitar que a greve de fome chegasse até o aniversário da Nakba.
O acordo estabelece o Serviço Israelense de Prisões deixe de isolar os presos e permita visitas de familiares. Além disso, foi acertado que os períodos de reclusão dos palestinos presos não serão renovados no caso daqueles que cumprem prisão administrativa, ou seja, que não foram julgados ou não têm acusações contra si.