As ações adotadas pelo presidente norte-americano, Barack Obama, com relação à flexibilização do bloqueio econômico imposto a Cuba são “incompletas e insuficientes e não mudam a essência dessa medida unilateral mantida pelo governo norte-americano contra Cuba”, afirmou o ministro de Comércio Exterior e Investimento Estrangeiro, Rodrigo Malmierca Díaz, em entrevista ao jornal oficial cubano Granma nesta segunda-feira (06/04).
Para o funcionário cubano, as medidas anunciadas após o processo iniciado com o restabelecimento das relações bilaterais entre Cuba e Estados Unidos, “significam um passo favorável, mas não assentam as bases para a criação de um terreno fértil sobre o qual avançar”.
Leia também: 'Equilíbrio do mundo está em jogo', diz Fidel sobre ameaça dos EUA à Venezuela
AIN
Cuba pretende crescer 5% ao ano, disse Malmierca Díaz
De acordo com o ministro, “Cuba sempre esteve favorável à existência de relações com os Estados Unidos, principalmente no âmbito econômico, principal área impactada pelo bloqueio econômico, financeiro e comercial” e pontuou que, apesar de Obama não poder eliminar o bloqueio, “possui prerrogativas que podem contribuir com passos significativos para o avanço para uma normalização das relações bilaterais”, para além do que foi anunciado em janeiro.
Entre os aspectos que mudaram com o anúncio estão a flexibilização de viagens, o envio de remessas financeiras para Cuba, a autorização às empresas de telecomunicações de vender equipamentos e serviços a Cuba, além do aumento no valor das compras que podem ser feitas por norte-americanos na ilha.
Leia também: Em reunião inédita sobre direitos humanos, Cuba questiona violência e racismo nos EUA
Malmierca ressaltou ainda que Cuba hoje não pode tomar créditos nos Estados Unidos nem exportar bens e serviços no país, além do fato de que empresários norte-americanos seguem proibidos de investir em Cuba.
NULL
NULL
Além disso, Cuba não tem autorização para usar o dólar em operações internacionais e também não possui determinadas licenças para exportar certos produtos aos Estados Unidos: “para além das linhas tradicionais como o rum e o tabaco, existem outros de excelente fatura que podem ser incluídos nesse possível intercâmbio, como os derivados da biotecnologia”.
O ministro disse ainda que diversos empresários norte-americanos têm viajado à ilha com interesses comerciais. “Esperamos que no futuro possam vir sem a pressão das restrições estabelecidas pelo bloqueio, cujo levantamento não é apenas uma solicitação de Cuba, mas uma reivindicação da comunidade empresarial norte-americana e mundial”, afirmou.