O Parlamento Árabe denunciou nesta sexta-feira (11/05) que os abusos a mulheres aumentaram na Síria desde o início da revolta contra o governo de Bashar al Assad em março de 2011.
Segundo o relatório ao qual a Agência Efe teve acesso, esta instância consultiva da Liga Árabe documentou pelo menos 25 casos de agressões sexuais contra mulheres em diferentes regiões do país.
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O documento acusa principalmente os membros do Exército e das forças de segurança sírias pelos abusos, assim como os chamados “shabiha” (pistoleiros do regime).
“O fato de que os jovens tenham conseguido armas e controlem ruas e bairros inteiros lhes transformou em autoridade absoluta acima das mulheres”, afirma o relatório.
O Parlamento Árabe lamenta que “na Síria a autoridade do Estado de direito esteja se perdendo e reine o poder das armas”, o que obriga as mulheres a “se submeter a uma autoridade que não é controlada pela lei”.
Além dos abusos, o texto indica um aumento geral das práticas que humilham as mulheres e dos riscos e responsabilidades que elas assumem.
Neste sentido, o relatório explica que ao participar das manifestações opositoras as mulheres correm o perigo de serem detidas, e como consequência da detenção ou morte dos homens da família devem ocupar o papel deles.
O relatório foi elaborado com investigações próprias desta instância da Liga Árabe, e recolhe também testemunhos de algumas vítimas feitos a vários meios de comunicação.
Este assunto será tratado pelo Parlamento Árabe em reunião na próxima terça-feira (15/05), na qual analisarão a evolução do conflito na Síria.
O Parlamento Árabe, criado em 2005, é um órgão de caráter consultivo que se encarrega de supervisionar a aplicação das resoluções das cúpulas árabes. Cada um dos 22 países-membros está representado por quatro parlamentares.