O Parlamento da Alemanha aprovou, nesta quarta-feira (19/08), o terceiro pacote de resgate financeiro à Grécia, no valor de 86 bilhões de euros, que serão distribuídos nos próximos três anos. Foram 454 votos a favor, 113 contra e 18 abstenções.
EFE
Merkel saiu da sede do Legislativo e partiu direto para Brasília, onde se encontrará nesta noite com a presidente Dilma Rousseff
Apesar da vitória, a chanceler Angela Merkel assistiu a uma rebelião dentro de seu partido, o CDU (União Democrata-Cristã), após lideranças ameaçarem derrubar o acordo. O impasse dentro de sua coalizão fez com que a chefe de governo atrasasse a sua viagem ao Brasil.
Em discurso para os parlamentares, o ministro das Finanças, Wolfgang Schäuble, comentou o novo pacote. Apesar das desavenças com o governo grego de esquerda encabeçado pelo premiê, Alexis Tsipras, Schäuble admitiu que seria “irresponsável não usar a oportunidade para dar um novo início” a Atenas.
“Não está fácil, mas está em jogo a construção e a estrutura da união monetária”, afirmou Schäuble, que lembrou que, desde o início da crise econômica no continente europeu, haviam sido elaborados “mecanismos necessários” para o fortalecimento da zona do euro.
EFE
Sede do Legislativo, em Berlim, votou por ampla maioria, apesar de algumas resistências
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A Alemanha é o maior credor dos gregos atualmente e deve contribuir com 23,2 bilhões de euros no resgate. A primeira parcela do empréstimo do Eurogrupo deve ser de 26 bilhões de euros, dividida em duas partes: uma de 10 bilhões, disponibilizada de uma vez só para recapitalizar bancos; e outra, de 16 bilhões, será distribuída em fases durante os próximos meses.
Com esse dinheiro inicial, o governo grego também deverá pagar dívidas pendentes com o BCE (Banco Central Europeu) e o FMI (Fundo Monetário Internacional), evitando uma nova possibilidade de calote nos meses de agosto e setembro. Em troca do resgate, Atenas organiza uma série de medidas de austeridade, como privatizações e cortes orçamentários.
Com a aprovação dos alemães — tida como a mais difícil — e de outros parlamentos de países europeus, o pacote agora precisa ser ratificado pelo ESM (Mecanismo de Estabilidade Financeira).