* Atualizado às 9h40 de 15 de agosto de 2015
O Parlamento da Grécia aprovou nesta sexta-feira (14/08) o terceiro resgate financeiro, após o acordo fechado nesta semana entre a delegação do primeiro-ministro, Alexis Tsipras, e credores europeus. Após a votação, o premiê anunciou que vai pedir um voto de confiança aos parlamentares no dia 20 de agosto.
Também na sexta-feira os ministros de Finanças e de Economia da zona do euro aprovaram o pacote, que representa assistência financeira por um período de três e que pode chegar a até 86 bilhões de euros.
O acordo, que aconteceu após seis horas de negociações em reunião extraordinária do Eurogrupo (órgão informal que reúne os ministros), prevê um primeiro pacote de 26 bilhões de euros que será dividido em duas partes: uma de 10 bilhões, que estará imediatamente disponível em uma conta especial do fundo de resgate da zona do euro para a recapitalização dos bancos gregos.
EFE
Tsipras afirmou que acordo serve para povo seguir a luta e não escolher o 'suicídio'
Mais uma vez, a votação no parlamento demonstrou o racha no interior do partido de esquerda Syriza. O novo plano teve 222 votos a favor, 64 contrários e 11 abstenções. Entre os que recusaram o acordo, 43 são da legenda governista, como a líder do Legislativo, Zoe Konstantopoulous e o ex-ministro das Finanças, Yanis Varoufakis. Com o resultado, espera-se que a Grécia receba até 86 bilhões de euros em empréstimos nos próximos três anos, em troca da adoção de uma série de medidas de austeridade e de privatizações.
Para Tsipras, a aprovação não é uma “vitória”, mas sim uma “escolha forçada” de seu mandato. “Perante um ultimato para a saída temporária da Grécia da zona do euro, tomamos a responsabilidade com o povo grego de seguir com vida e continuar a luta ao invés de escolher o suicídio (a saída do euro)”, declarou em discurso no parlamento.
Tspiras também anunciou que pedirá ao Parlamento, no dia 20 de agosto (quando vence nova parcela de empréstimo do Banco Central Europeu), o segundo voto de confiança ao governo desde que assumiu, em janeiro de 2015. A Casa é composta por 300 parlamentares e o Syriza governa com maioria estreita – 162 deputados, em coligação com o Gregos Indepententes. Assim, Tsipras precisaria que todos os votos do Syriza – atualmente rachado por conta dos pacotes de resgate – ou da oposição para conseguir ao menos 151 votos e permanecer na liderança do país.
EFE
Manifestação dos comunistas gregos do PAME contra acordo na tarde de quinta (13)
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“Urgência”
Tsipras expressou urgência em receber a primeira parcela desse montante para que o país possa cumprir com o pagamento de uma dívida de 3,4 bilhões de euros ao BCE (Banco Central Europeu), que no dia 20.
Em comunicado conjunto, o BCE e a CE (Comissão Europeia) comentaram que os debates sobre o acordo mostraram a “boa cooperação das autoridades gregas”, mas que as condições serão revistas a cada bimestre, levando em consideração os progressos obtidos.
“As negociações do Memorandum em Atenas têm como objetivo encontrar um acordo sobre um pacote de reformas completo e crível”, afirmaram as entidades. “O acordo está em linha com a declaração do Eurogrupo do dia 13 de julho e deve ser ainda aprovado em nível político e ser ratificado pelos Estados-membros”, acrescentaram.