Atualizada às 19h26
Imprensa Miraflores
Discurso de Maduro foi acompanhado pela cúpula do governo venezuelano
Horas antes de anunciar a morte de Hugo Chávez, no início da noite desta terça-feira (05/03), o vice-presidente venezuelano Nicolás Maduro afirmou que o atual momento da Venezuela é “o mais difícil” desde 11 de dezembro do ano passado. Na data, o presidente venezuelano passava pela quarta cirurgia contra um câncer na região pélvica, em um hospital de Havana, capital cubana.
“Passamos pelas horas mais difíceis desde 11 de dezembro. Há uma situação de complicação em meio à batalha que o comandante Chávez trava contra o câncer”, afirmou Maduro.
De acordo com o vice-presidente, um novo comunicado sobre o estado de saúde de Chávez será emitido ainda hoje pelo governo venezuelano.
Expulsões
Maduro também anunciou a expulsão do agente norte-americano David Del Monaco do país. Acusado de atividade ilegal, o adido militar terá 24 horas para deixar o território venezuelano. “Há conspirações de caráter militar. Atividades ilegais que rompem convênios. Funcionário dos EUA atuando contra, tentou orquestrar golpe com militares. Adido militar expulso”, afirmou o vice-presidente venezuelano.
“Há circunstâncias particulares onde não nos cabe nenhuma dúvida de que forma parte do plano onde estão tentando influir. E me refiro à situação de sabotagem elétrica em diferentes pontos do país. Já temos informações precisas de como tentam influir e gerar cada vez mais perturbações elétricas no sistema elétrico venezuelano. Estão jogando com fogo de maneira irresponsável”, continuou Maduro.
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“Por trás de tudo isso, os inimigos da pátria e uma direita que não seguiu o conselho sábio que o povo nos deu de respeitar as circunstâncias que temos vivido e de respeitar o comandante Hugo Chávez, uma direita que perseguiu e assediou o comandante Hugo Chávez em toda a vida”, afirmou.
Após o discurso de Maduro, o chanceler venezuelano, Elías Jaua, anunciou a expulsão de Deblin Costal, outro funcionário da embaixada norte-americana.
Origem da doença
Maduro também acusou “os inimigos da Venezuela” de estarem por trás do câncer do presidente Hugo Chávez, com o intuito de desestabilizar o país. Maduro assegurou que, no futuro, uma comissão de investigação revelará que a doença de Chávez foi provocada pelos “inimigos da pátria”.
De acordo com ele, houve uma “campanha de rumores e mentiras nesses dias tão difíceis, desde aquele 8 de dezembro”, em referência à data na qual Chávez anunciou que viajaria novamente a Havana para uma quarta cirurgia contra o câncer, na região pélvica.
“Não temos nenhum dúvida que chegará o momento na história que descobriremos que o inimigo contaminou o comandante Chávez foi atacado com essa doença”, disse. Ele chegou a comparar a situação atual com a suspeita de envenenamento do presidente da ANP (Autoridade Nacional Palestina), Yasser Arafat.