Milhares de pessoas se protestam na capital do Peru, Lima, e em outras regiões do sul do país, como parte de uma paralisação para protestar contra a exportação de gás natural da reserva de Camisea, no departamento de Cuzco, para o México.
Os moradores de Cuzco, Arequipa, Puno, Tacna, Madre de Dios e Apurímac bloquearam estradas para exigir que o governo priorize o gás para consumo interno e não para comercialização com outros países.
Leia mais:
Brasil e Peru firmam acordos para interconexão de redes elétricas
Filha de ex-líder guerrilheiro será candidata à prefeitura de Lima
Peru:
prefeito de Lima lidera intenção de voto para 2011, mas Humala tem
vantagem no interior
A esse respeito, o presidente Alan García disse que o assunto se converteu em um “tema eleitoral”, visando aos pleitos regionais e municipais, previstos para o dia 3 de outubro, e também aos presidenciais e legislativos, marcados para abril de 2011.
“Imagino que candidatos de todos os níveis, que buscam sempre uma bandeira em vez de fazer proposições importantes sobre como usar o gás no sul, simplesmente espantam, assustam, criam inquietude nas pessoas, porque é a maneira mais elementar de buscar apoio eleitoral”, insistiu o governante.
Por sua vez, o dirigente da Confederação Geral de Trabalhadores do Peru (CGTP), Manuel Cortez, disse à ANSA que “os peruanos não permitirão que seja levado o gás natural”.
“O Peru não é um país petroleiro, e com o gás de Camisea poderíamos potencializar o desenvolvimento industrial com instalação de petroquímicas, assim como o uso doméstico em veículos”, afirmou.
Cortez disse ainda que “nenhuma molécula de gás deve ser exportada”, e afirmou que “o senhor García não tem apreço nem carinho pelo nosso Peru”.
Na cidade de Arequipa, a segunda mais importante do Peru e capital da região de mesmo nome, centenas de pessoas de associações de transporte público, de vendedores, de trabalhadores agrários e mineiros, usaram faixas com lemas contra o governo de García para a mobilização.
Já os parlamentares do Partido Nacionalista, de oposição, participaram da plenária de hoje vestindo camisetas brancas com a frase “Gás de Camisea para os peruanos” grifada em letras vermelhas.
Como a mesa diretiva do Congresso não autorizou discutir o tema da exportação de gás, os nacionalistas abandonaram o espaço e, diante da imprensa, a porta-voz Janet Cajahuanca, disse que o governo de García “quer lavar as mãos” como fez o governo de Alejandro Toledo (2001-2006), tornando possível a exportação do gás a um preço menor que um dólar por barril.
Cajahuanca assegurou que o partido nacionalista não se opõe à exportação de gás, mas sim à venda por um valor mais baixo que o do mercado.
Segundo o governo, as reservas peruanas de gás natural chegam a 365 bilhões de metros cúbicos, o que, considera-se, poderia satisfazer a demanda interna por 20 anos e também cumprir o contrato com o México.
Siga o Opera Mundi no Twitter.
NULL
NULL
NULL