O sindicato de pilotos da Air France pediu hoje (8) a seus associados que não voem enquanto a companhia não mudar os sensores de velocidade dos Airbus A330 e A340, dispositivos considerados uma das possíveis causas do acidente do último dia 1º.
“A companhia disse que vai mudar os sensores nas próximas semanas. Nós queremos proteger nossas tripulações e nossos passageiros, por isso não podemos esperar esse prazo”, disse o líder sindical Christiphe Presentier na emissora France Info. Ele disse que no ano passado foram registrados outros problemas na Air France e em outras companhias relacionados com os sensores de velocidade.
O líder do sindicato afirmou que o pedido é uma medida de precaução, já que se investiga a possibilidade de uma falha nesses sensores ter provocado o acidente do Airbus A330. Embora ainda seja cedo demais para saber se isto teria sido uma das causas do acidente, é fato, segundo o BEA, que esse maquinário enviou informações contraditórias sobre a velocidade do voo AF447, e que a incoerência nos dados fez com que alguns sistemas eletrônicos do avião deixassem de funcionar, como o piloto automático.
A Air France confirmou ter acelerado a substituição dos sensores, iniciada em 27 de abril passado, após incidentes registrados em vários de seus aparelhos.
Vítimas
A Força Aérea e a Marinha do Brasil esclareceram hoje que até agora foram resgatados 16 corpos das vítimas do acidente da Air France, e não 17 como haviam informado anteriormente. “A fragata Ventose, da Marinha francesa, recolheu sete e não oito corpos como foi informado inicialmente à coordenação das buscas”, assinalou um comunicado divulgado pela Marinha e a FAB (Força Aérea Brasileira).
Porta-vozes da FAB disseram hoje em coletiva de imprensa em Recife que, para evitar informações equivocadas, a atualização do número de corpos resgatados só será divulgada quando os restos mortais já estiverem em navios brasileiros. A nota acrescenta que a fragata brasileira Constituição já está a caminho do arquipélago de Fernando de Noronha, aonde deve chegar na terça-feira com os 16 corpos.
Em Fernando de Noronha, as autoridades brasileiras farão uma catalogação dos corpos e depois os enviarão por avião até Recife, cidade em que foi estabelecido o comando de busca e onde trabalharão os legistas.
No Rio de Janeiro, a Polícia Federal prosseguiu hoje com os trabalhos de coleta de mostras de saliva e de cabelos dos familiares das vítimas para fazer exames de comparação genética que possam ajudar na identificação.
As buscas continuam concentradas em torno de um raio de 220 quilômetros traçado a partir do ponto onde se acredita o que avião caiu, situado a 704 quilômetros do arquipélago brasileiro de Fernando de Noronha (PE) e próximo aos penhascos desabitados de São Pedro e São Paulo (PE).
Fontes oficiais disseram que, apesar de já haver material “suficiente” para confirmar o desastre, ainda não há nada encontrado que possa ajudar a identificar as causas do acidente. Até agora, a Air France só confirmou que o avião emitiu 24 sinais de anomalias em seus sistemas durante os quatro minutos anteriores a seu desaparecimento dos radares.
As caixas-pretas são elementos-chave para determinar as causas do desastre. Segundo as autoridades, elas podem estar no fundo do Oceano Atlântico, a cerca de quatro mil metros de profundidade.
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