Atualizada às 18h16
Efe
Nas primeiras eleições presidenciais livres e democráticas da história da Tunísia, cerca de 5,3 milhões de tunisianos foram às urnas neste domingo (23/11) para escolher o novo chefe do Executivo do país. De acordo com pesquisa de boca de urna divulgada após o fechamento dos centros de votação, Beji Caid Essebsi obteve 47,8% dos votos, e a disputa será resolvida em um segundo turno, que deverá ser realizado até o dia 31 de dezembro.
Trata-se da etapa final do processo de transição política almejado pela Primavera Árabe, em 2011.
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Moncef Marzuki, o atual presidente interino do país, que obteve 26,9% dos votos e Beji Caid Essebsi, representante laico do principal partido secular – o Nidá Tunis – um dos protagonistas das eleições legislativas de outubro, disputarão o segundo turno no próximo mês.
O líder de esquerda da Frente Popular, Hama Hamami, teria alcançado 10,20%, e Eslim Riahi, líder da União Patriótica Livre (UPL), 5,4%, de acordo com a sondagem.
O vencedor terá um mandato de cinco anos, que poderá ser renovado apenas uma vez. Se ninguém obtiver maioria absoluta, o segundo turno está previsto para até 31 de dezembro.
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Desde 1956, quando se tornou independente da França, a Tunísia teve apenas dois presidentes. O primeiro foi Habib Burguiba, deposto em 1987, após um golpe de Estado orquestrado por seu premiê, Zine El-Abidine Ben Ali. Já este ocupou o cargo até janeiro de 2011, quando foi derrubado pelo levante que inspirou outros países do norte da África, como Líbia e Egito.
O novo mandatário dará início à segunda República Tunisiana após a independência. Se tudo caminhar conforme a Constituição, a Tunísia será o primeiro país da Primavera Árabe a ter completado sua fase de transição rumo à democracia.
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